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Dádivas...

João Ferreira Leite Luz ( paranóicas ) Uma dádiva se ganha. Entretanto, às vezes se busca e se procura incessantemente por ela, e, ganhamos por fim o que queríamos. Agora, nem sempre o que queríamos pode ser considerado como legítimo, mas pode vir a ser? O que legitima uma ação? É uma pergunta no mínimo incisiva. Tudo estava lá no presente, até um presente. Também o passado e possivelmente o futuro. Estavam lá o amor e o ódio e a indiferença também apareceu por lá. Um pecado desejado e conspirado. Um pecado puro e inocente e também culpado – paradoxos da vida real nua e crua como ela é. Dizem que o pecado é uma loira que mora na outra ponta da nossa rua, mas não sei não. Intuo que o pecado mora mesmo dentro de cada um de nós enjaulado, e que às vezes escapa. O que legitima uma ação são as motivações, as razões e os porquês e não a atitude em si. Então aquela dádiva foi legítima, mesmo não sendo legitimada? Ainda não sei. Só sei que é uma dádiva

Gente Grande

João Ferreira Leite Luz (série casamento) No casamento precisamos aprender a trabalhar o nosso amor pelo cônjuge, pois quando o fogo da paixão esfria precisamos nutrir o amor maduro. Deve haver cumplicidade - parceria. Amor que respeita e admira. Amor gentil e compreensivo. Só assim conseguimos fazer a manutenção da paixão antes que ela se extinga por completo. 

“Ando devagar, porque já tive pressa...”

João Ferreira Leite Luz (Cogitações apenas) "O que é melhor: um cavalo rápido ou um cavalo lento? Depende de estar-se ou não no caminho certo”. O antigo provérbio da sabedoria judaica faz uma pergunta no mínimo intrigante "O que é melhor: um cavalo rápido ou um cavalo lento?” Nos apressamos em responder que nesses dias imediatistas e céleres que o melhor mesmo deve ser um cavalo muito, muito rápido. Entretanto, a resposta do provérbio aponta para outro raciocínio: “Depende de estar-se ou não no caminho certo”. Temos muita pressa para chegar, entretanto nos esquecemos de três coisas básicas – para onde estamos indo, devemos chegar lá depressa ou devagar? E principalmente como estamos indo, já que o modo como viajamos é tão ou mais importante quanto o lugar que queremos chegar.

Um outro caminho possível

João Ferreira Leite Luz (Reflexões) Não tem como negar, o Brasil experimenta um despertamento espiritual. Entretanto, o país pouco mudou com o crescimento da igreja protestante-evangélica, já que junto com esse crescimento também aumentou a miséria. Fala-se muito em avivamento e em crescimento numérico, mas é uma pena, pois esse crescimento nada alterou as estatísticas da violência, da fome, da corrupção. O sistema educacional ainda continua decadente, o sistema de saúde ainda é precário. E a igreja? Preocupada em canalizar a bênção do divino para seus problemas triviais. Não me identifico mais com o movimento evangélico vigente, entretanto, continuo cristão até as entranhas. Sim, continuarei lutando por ideais, me darei a causas nobres, fugirei a todo custo das zonas de conforto que são como falsas linhas de chegada para nos enganar. Meu discurso religioso, por mais ignorado que seja, será sempre uma arma apunhalando a mediocridade. Minha caminhada vai ser sempre na contra

Um herói pífio

João Ferreira leite Luz (Contos) “Hay hombres que luchan um dia y son buenos. Hay otros que luchan un año y son mejores. Hay quienes que luchan muchos años y son mui buenos. Pero hay los que luchan toda la vida, Esses son los i mprescindibiles . ”   (Bertolt Brecht) A espada já há muito estava apegada à mão. O valente havia lutado diversas batalhas ao longo de sua vida quixotesca. Num momento um misto de cansaço e desanimo e falta de fé faz com que o herói repouse sua espada já cansada sobre o chão. De repente, e por um instante achou que sua espada estava mais pesada que de costume, talvez a armadura não lhe caísse tão bem como quando ele era ainda jovem. Entretanto, falta-lhe uma batalha, talvez a última antes do grande prêmio. A última grande prova e, talvez, o maior teste de sua vida fugaz. Finalmente chegada era à hora de provar-se idôneo e valente e valoroso. Ele sente-se forte e capaz de vencê-la e por nenhum instante imaginou perder para algo que julgava de

A terceira vez...

  João Ferreira Leite Luz (Paranóicas) Da terceira vez que ressuscitei recuperei um pouco do jeito de sorrir que eu tinha. Algumas horas depois, entretanto morri. Mataram – me e repeti a frase já gasta devido o muito uso “Da primeira vez em que me assassinaram perdi um jeito de sorrir que eu tinha. Depois, de cada vez que me mataram, foram levando qualquer coisa minha...”.   E hoje, dos defuntos que sobrei, sobrei menor e indefeso. Agora apenas uma réstia de esperança miúda me toca. Um toco de vela quase apagado que insiste em arder.

Esperança-caminho incerto

João Ferreira Leite Luz (Cogitações apenas) Esperança é caminhar por uma trilha sem saber ao certo onde vai chegar, se esse caminho vai dar aonde você planejou. É literalmente um tiro no escuro, pois o resultado final não depende exclusivamente de você, não temos domínio sobre todas as variáveis da vida. A esperança não dá garantias de que vai dar certo, entretanto, ela nos dá força para continuar acreditando, nos dá ânimo para continuar caminhando por essa trilha incerta que é a vida.

Lágrimas e suor

João Ferreira Leite Luz (Declarações de amor/ paranóicas) I ngenuidade? Não. Com certeza tudo estava minimamente calculado. Um crime premeditado, bem orquestrado, ou não? Será mera coincidência e golpe e capricho do destino. Não consigo responder com precisão. Tudo que me lembro é tão vago e tão profundo que até me confundo. A simples lembrança me faz perder a linha e o carretel e também a pipa. Perco o sentido, a razão. Sobra-me apenas a emoção e a saudade do momento que fui feliz e sabia. Um beijo sincero e desejado. Um olhar profundo e ao mesmo tempo meio vago e perdido no horizonte. Um abraço. Silêncio, Mais um beijo desejado e sincero. (Pausa – molho as palavras com uma boa taça de Cabernet-Merlot, e volto a escrever). Então as palavras se tornaram desnecessárias e fúteis. Pouco tempo depois as mesmas palavras se tornam necessárias e úteis. Nesse ponto muitas palavras são ditas e ouvidas. Depois silêncio novamente. Meu suor se apega ao seu suor. Êxtas

Causas e coisas

(Reflexões) Causas na justiça e coisas materiais me parecem que são a grande ênfase dos cultos da atualidade.   A convite. Fui ao culto em uma pequena igreja que estava começando em minha cidade. Quando cheguei me espantou o grande número de pessoas que lá estavam, pois a igreja só havia três meses que havia começado. Logo que o pastor começou o culto me ficou óbvio a razão do porquê de tanta gente. “Profetize que Deus irá abrir portas de emprego; que ele vai resolver pendências na justiça. Que nessa noite ele vai consertar casamentos e também aumentar seu salário”. E mais algumas coisas desse gênero. Fiquei horrorizado quando notei mais uma vez que o que eles buscavam era um deus utilitário. Assevero categoricamente que Deus deve ser buscado por quem ele é, e não por aquilo que ele pode dar ou fazer. Gosto de um artigo do Caio Fábio com o título – O homem que não precisava de nada, pois tinha tudo. Nesse texto ele fala da simplicidade do homem que foi seu pai, não qu