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Mostrando postagens com o rótulo Minha história

Carta aberta de gratidão ao pessoal da caminhada

 Escrevo estas parcas linhas enquanto escuto Wonderful Tonight de Éric Clapton e o sentimento que brota por tudo que vive nesses últimos dias é o de gratidão e reverência pelo sentido do sagrado. Sagrado pela amizade e companheirismo de todos. Sagrado pela exposição ao belo que exuberantemente a natureza me ofereceu ao olhar, sem contudo, me cobrar nada de volta a não ser que minha mente fique cativa a tais lembranças jamais apágaveis. Sagrado por todos os aromas que discerni e por todos os temperos que provei salivante de prazer. Sagrado pelo sentido da vida visto em cada gesto, visto em cada rosto, em cada desejo e em cada desafio vencido individualmente por cada um. Por fim, sagrado por estar vivo e plenamente consciente dessa vida e integrado (mesmo que calado) a pessoas completamente diferentes, mas, unidas num único propósito. A vida, a beleza de se estar VIVO. Obrigado a todos 🙏

parce que je t'aime (francês)

 Com algumas variações, mas, comumente os  relacionamentos começam com um surto de paixão, que diga-se de passagem, passa. E, é, só depois de um tempo que passamos a conhecer a pessoa que está ao nosso lado, daí existe a possibilidade do amor verdadeiro, duradouro e pleno de significado. Ouso dizer; vale a pena.

Dor sem título

 Alguns tem a alegria de registrar o nascimento, outros a angústia de registrar o óbito. A dor dilacerante que rasga meu peito e deixa minha alma estrupada. O João Bryan Luz Mendes, veio e ficou tão pouco. Sobrou saudades. Agora está no Pai pra onde irei um dia correr segurando na sua pequenina mão.

Sexta-feira à noite, vinho, amor e caneta

João Ferreira Leite Luz (Minha história) Termino mais uma taça de vinho... Escrevo meio “alto”, ou quase isso, alegre talvez... Como os boêmios, ando molhando as palavras... Então lá vai o que saiu: Significado. Ando a cata de sentido para a vida (talvez seja a idade), entretanto, nem sempre encontro já que a vida é meio... espere, muito sem sentido – “ a realidade é profunda e muito distante” já dizia o pensador da antiguidade. Fico sempre com o poema do grande mestre Fernando Pessoa engasgado na garganta, até parece que ele escreveu para mim: “Ficamos, pois, cada um entregue a si próprio, na desolação de se sentir viver. Um barco parece ser um objeto cujo fim é navegar; mas seu fim não é navegar, Senão chegar a um porto. Nós encontramo-nos navegando, sem a idéia do porto que deveríamos acolher. Reproduzimos assim, na espécie dolorosa, a fórmula aventureira dos argonautas: navegar é preciso, viver não é preciso” É, carrego uma pesada âncora nas costas

Trinta e cinco

João Ferreira Leite Luz (minha história) Cheguei ao trigésimo quinto andar do ano da vida e... O prédio já está começando a ficar meio alto. Portanto: Quero a partir de agora (e já estava na hora) deixar de ser especialista em irrelevâncias. Quero mirar objetivos simples. Preciso reaprender a cadência da sim-pli-ci-da-de! Quero viabilizar em minha própria vida o significado da palavra contentamento. Quero acatar o conselho do Nazareno e viver um dia de cada vez, um passo depois do outro. Quero aprender colher os milagres miúdos, já que o dia está repleto deles. Quero saborear momentos únicos com amigos, se possível sempre com um bom vinho. Quero amar intensamente meus filhos e minha mulher hoje, porque, segundo Renato Russo “é preciso amar as pessoas como se não houvesse amanhã, porque se você parar para pensar na verdade não há”. Quero, por hoje, terminar solitariamente mais uma taça de vinho verde Via Latina – casta Loureiro, colheita 2010. E ouvir a músic

Paradoxos literários

João Ferreira Leite Luz (minha história) Ao mesmo tempo em que corro contra o tempo, quero saborear a vida devagar. Infelizmente aprendi amar os livros tardiamente, só aos trinta anos foi que me apaixonei por literatura, e hoje aos trinta e quatro devoro com avidez os livros, coisa que considero leviana, ou como já disseram: “ Ler rapidamente aquilo que o autor levou anos para pensar é um desrespeito. É certo que os pensamentos, por vezes, surgem rapidamente, como num relâmpago. Mas a gravidez é sempre longa. Há frases que resumem uma vida. Por isso é preciso ler vagarosamente, prestando atenção nas idéias que se escondem nos silêncios que há entre as palavras. Eu gostaria que me lessem assim. Quer eu escreva como um poeta, no esforço para mostrar a beleza, ou como palhaço, no esforço para mostrar o ridículo, é sempre a minha carne que se encontra nas minhas palavras. ( Rubem Alves) Vivo o paradoxo de querer ler muito em pouco tempo. Entretanto, está decidido, vou ler devagar, sabo

Triste felicidade

João Ferreira Leite Luz (Minha história) “Triste sorte do ser humano; sua felicidade assemelha-se a um leve esboço; chega à infelicidade, passa a borracha e o desenho se desfaz”. (Ésquilo) Sou o caçula entre oito irmãos, e, se a vida seguir seu curso natural serei o último a morrer. Entretanto, terei o desprazer de sepultar meus irmãos e sofrerei sete vezes mais. Trágico! Triste sorte!

Trinta e quatro anos de mim...

João Ferreira Leite Luz (Minha história) Mais um ano que se passa Mais um ano sem você Já não tenho a mesma idade Envelheço na cidade Essa vida é jogo rápido Para mim ou pra você Mais um ano que se passa Eu não sei o que fazer Juventude se abraça Se une pra esquecer Um feliz aniversário Para mim ou pra você Feliz aniversário Envelheço na cidade... Fragmento da música do Ira, composição de Edgar Scandurra A vida transcorre sem muitos sobressaltos, cheguei hoje ao andar de cima, ou para ser mais exato, no trigésimo quarto andar do ano da minha vida fugaz. “Feliz aniversário envelheço na cidade”. Até o trigésimo quinto, Se Deus quiser.

Minha declaração de amor

Minha história Elisângela, Ontem quando eu estava olhando nossos álbuns de fotografias comecei a me lembrar de nossa breve história de vida. Tudo começou mais ou menos assim: O entardecer já havia terminado; à noite fria de outono caiu como vento. Entretanto, tudo se tornou especial, pois na noite fria de 18 de maio de 1994 nos beijamos pela primeira vez, você era tão nova, apenas treze anos e mal sabia beijar direito. Contudo, apaixonei-me insanamente, infelizmente nosso recém namoro não durou muito e para ser mais preciso terminamos no dia 21 de junho do mesmo ano. Talvez pela força do destino quando eu passava em frente da casa da dona Nadir nos encontramos de novo, e aquela chama que existia dentro de mim reacendeu novamente. A partir de então comecei a lhe conquistar de novo, e no dia 02 de setembro retomamos o namoro, mas ainda não era dessa vez, e, terminamos no dia 02 de novembro de 1995. Quinze dias depois, dia 17 de novembro você me procurou na escola, me roubou um beijo,

Carta aberta ao meu irmão

Querido Paulo, De pé ao lado da arquibancada, olhando para você, naquele dia que julgo ser tão importante para ti. Ouvi uma frase da qual só me lembro de um fragmento: "sempre é possível fazer o melhor, ousem".  Naquele momento não tive dúvidas de que aquilo estava sendo dito para você, já que, você foi um menino subnutrido que cresceu sem a presença paterna, com dificuldades inomináveis. Desde muito cedo teve que ser "bóia fria", levantar às quatro da manhã, cortar muita cana de açúcar; depois comer em um caldeirão de alumínio amassado e com comida gelada e dura. Entretanto, você ousou estudar, dava um duro danado na "roça" durante o dia e a noite ia para a escola com as unhas sujas de carvão. Todavia um amigo em comum - O "Rege" ou "Rejão", me disse certa vez que você não era o melhor aluno da classe, era na verdade o melhor da escola - me enchi de orgulho naquele momento por ser seu irmão. Algum tempo depois você conseguiu um se

O andar de cima

Minha história Vivo hoje, no trigésimo terceiro andar do ano da vida, e, sem duvidas, dos aproximadamente doze mil e quarenta e cinco dias que vive (ou existi, tenho duvidas), estes últimos têm sido bastante difíceis. Estou estudando o livro de Jó pela enésima vez, pois lá está, sem duvidas, o maior tratado sobre o sofrimento humano, entretanto, uma coisa me aproxima de Jó – o sofrimento, e outra me difere dele – integridade, que era abundante nele, já eu... deixa para lá. Agora, me pego sempre em solilóquios a indagar como será o andar de cima? Como me sairei no trigésimo quarto andar? Muito em breve, no ano que desponta velozmente, descobriremos. Até lá. Que Deus me ajude! João Ferreira Leite Luz

Mediocridade

Minha história  “Viver é a coisa mais rara do mundo. A maioria das pessoas existe”.  Oscar Wilde Às vezes me levanto de manhã com a sensação de que apenas estou existindo, de que a vida é muito mais do que venho experimentando. Ando com uma espécie de obsessão por viver intensamente as possibilidades da vida. Portanto, decidi não mais ser amigo da mediocridade, que em minha opinião deve ser a principal inimiga de uma vida abundante. Jesus, o carpinteiro de Nazaré afirmando aos seus seguidores faz uma declaração imprescindível: “... eu vim para que tenham vida, e a tenham plenamente...” (João 10.10). Penso que uma vida abundante está relacionada em saber administrar com equilíbrio as diversas áreas de nossas vidas, porque nenhuma pessoa vive apenas uma faceta da vida, ao contrário, desenvolve diversas atividades como por exemplo: pai, marido, profissional, cidadão e assim por diante. Ninguém leva uma ótima vida espiritual e ao mesmo tempo é um péssimo pai. Jamais alguém conseguirá se

Alguns valores

Minha história Dizem que as pessoas de mais idade possuem valores dignos e nobres, porque estes valores ao longo dos anos foram sendo transformados, lapidados por assim dizer. Ainda não cheguei à meia idade, conto apenas com trinta e três anos, sou um jovem como diriam “na flor da idade”. Entretanto, venho experimentando mudanças significativas nos valores que abracei. Hoje valorizo coisas que jamais imaginei que um dia eu iria gostar, ou defender. Quando ingressei no mundo protestante com mais ou menos 18 anos, me imaginava o dono da verdade. Ainda mais por ter sido separado ao ministério pastoral com apenas 22 anos. Eu fui um arrogante, prepotente que gostava de discutir religião com todos, acreditava estar com a razão e sempre correto em minhas afirmações. Hoje, passados 11 anos de caminhada me vejo incoerente e contraditório em meus frágeis argumentos. Já não discuto religião, apenas respeito quem pensa diferente, aliás, só compartilho minhas ideias com quem pensa igual a mim mes

Trinta e três anos de mim mesmo

Minha história Hoje, dia 7 de maio de 2010. Chego à idade de Cristo quando ele abraçou a cruz, só que diferentemente dele, ainda não abracei cruz nenhuma, ou melhor, não me dei inteiramente pela causa que ele absurdamente morreu. Olho para minha breve biografia, minha história de vida, e fazendo uma análise sincera afirmo que não gosto muito da pessoa que me tornei, me acho um pouco inconstante, espere, muito inconstante para dizer a verdade. Quando esquadrinho meu interior encontro coisas que eu gostaria que não estivessem lá. E, o que eu queria ter não encontro, parece-me que as palavras de C.S. Lewis me caem como uma luva: “Pela primeira vez examinei a mim mesmo com o propósito seriamente prático. E ali encontrei o que me assustou: um bestiário de luxuria, um hospício de ambições, um canteiro de medos, um harém de ódios mimados”. Às vezes acho que Fyodor Dostoievski tinha razão ao escrever que: “Em todo homem há naturalmente um demônio escondido”, portanto, só me resta fazer coro c

O albergue

Categoria – minha história Alamedas; Túmulos, lápides, velas e vasos com flores. Sim, falo de um cemitério. Lugar de tristezas e lembranças doidas, e que de dia já é lúgubre, imagine de noite à alta madrugada. Pois minha mãe num de seus momentos de muita luta e pobreza já dormiu diversas noites no lar dos mortos, fez do cemitério um albergue para repousar com seus filhos mal alimentados. De fato, a vida de dona Maria não foi nada fácil, contudo, venceu. Criou seus oito filhos sem nunca roubar ou prostituir, ao contrário, trabalhou muito de empregada doméstica e de lavadeira de roupas. Foi submetida a diversas humilhações onde trabalhou para pessoas ricas de sobrenome importante, mas com nenhum senso de humanidade. Muitas vezes quando na vida me sinto desanimado olho para vida de minha mãe, e este lenitivo me basta. “Maria, bendita és tu entre as mulheres”. Viveste dignamente e tua história me comove, inspira e desafia. Percebo-me pequeno, quem me dera ter a metade de tua força e ser me

Duplamente órfão

(Categoria - minha história) Decidi republicar este texto. A razão é que estou tentanto fazer uma homenagem à memória do meu falecido pai no dia em que faz um ano do sua morte. D omingo dia 11 de maio de 2008, eu esperava dormir um pouco até mais tarde, lá pelas 7 horas da manhã a campainha tocou e eu relutei por atender, achei um insulto uma pessoa tocar a campainha da casa de alguém às 7 da manhã de um domingo frio de outono. No entanto como a pessoa insistiu, resolvi levantar e atender. Para minha total surpresa era minha irmã mais velha que estava no portão com a notícia do falecimento do meu pai. Neste dia eu estava me tornando duplamente órfão. Minha primeira orfandade foi quando meu pai se separou da minha mãe. Então passei a viver sem a presença daquele que eu julgava o melhor pai do mundo, todavia, cresci, e agora estou me tornando órfão pela segunda vez. Neste mesmo dia viajamos para a cidade de Marília, pois o sepultamento seria lá. Quando chegamos ao velório, e vi meu pa

Papai, o homem que quando eu nasci já era velho

(Categoria - minha história) Quando nasci meu pai já tinha 54 anos de idade, portanto, quando comecei a crescer e entender alguma coisa meu pai já era velho. A imagem que eu tenho do meu pai é sempre a mesma, um senhor de uns 65 anos, pois, desde que o conheci até o dia de sua morte ele teve sempre a mesma aparência - a de um senhor de idade. É meio esquisito tentar escrever a respeito de uma pessoa que a gente teve pouco contato, e para agravar essa convivência foi na minha infância e toda lembrança é fugidia. Por mais que eu tente me lembrar, as lembranças são sempre escassas e confusas. Desde que eu me lembro meu pai morou muito pouco conosco, pois, ele e minha mãe viviam em constantes brigas e por fim veio a separação legal. Papai fez uma falta enorme para mim e minhas irmãs. Hoje depois de um ano da sua morte fico varrendo os porões da memória tentando encontrar lembranças do pouco tempo em que convivi com ele, mas nem por isso é justo dizer que não tenho memória alguma dele, aliá

Carta aberta de agradecimento aos meus irmãos

(Categoria – Minha história) Obs:Republicação “O mundo avança graças àqueles que já sofreram” Leon Tolstoi Sou de família de origem pobre, cresci sem a presença paterna com inúmeras dificuldades. Contudo, tive quem se importasse comigo e devo muito, muito mesmo aos meus irmãos mais velhos. Gostaria de deixar aqui registrado minha gratidão, pois sei que se não fosse por eles talvez minha vida tivesse tomado rumos diferentes. Sei, contudo que não sou grande coisa, mas luto para ser um homem integro. Agradeço ao Camilo, ao José Donizete e ao Paulo Leite por terem trabalhado como bóia fria (cortadores de cana) para que eu pudesse comer; vestir e estudar, e, acima de tudo para que eu não precisasse seguir a sina de levantar às 4 da manhã, comer comida gelada e trabalhar sujo, fedido e com as mãos cheias de calos deixados pelo manusear constante cabo do facão cortando os feixes de cana. Se hoje possuo um emprego bacana, e tenho acesso ao mínimo de informação foi porque eles sofreram por mim