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Mostrando postagens de novembro 2, 2008

Fazendo com que nosso cotidiano valha a pena, e as coisas triviais da vida se transformem em milagres

(Categoria - Reflexões) O nde está a vida abundante que Jesus prometeu? Penso que essa seja a pergunta mais crucial, mais encurraladora que os cristãos modernos devem se fazer. Vivemos uma igreja que promete bênçãos como se fossem produtos num mercado de atacado, as campanhas de prosperidade, saúde e sucesso se multiplicam velozmente na tentativa de viabilizar a promessa de Jesus de que teríamos vida abundante. No entanto, a igreja vive uma de suas piores crises; a de significado, crise existencial, simplesmente as pessoas estão lotando nossos templos, mas, ainda carecem de uma vida com significado. Gostaria de afirmar alguns postulados impopulares, correndo até o risco de ser considerado cético e crítico. Todavia, me arriscarei expondo algumas de minhas inquietações pessoais. Vamos lá: Talvez, o grande segredo da vida não consista em viver coisas grandiosas sempre, mas em aprender a desfrutar das coisas simples e pequenas do cotidiano. Como ter um amigo, nem que seja um pecador como Z

Paulo, não o apóstolo

(Categoria - Minha história) P aulo, meu irmão não é o apóstolo dos gentios. Mesmo assim é um grande homem, tanto quanto foi o outro, na verdade para mim é um herói, como todo menino que é criado sem pai e que cresce na pobreza e que com uma motivação única esse menino cresce, luta na vida e começa a conquistar seu espaço, chegando a ser o único na família com curso universitário. Sem mencionar que possui uma mente brilhante, entende de gramática como se fosse um professor de português. Um policial militar exemplar, bom marido, pai digno. Um bom homem, caráter integro. Sou fã de pessoas simples e comuns, meus heróis favoritos são homens do tipo desse aí, Paulo Leite é o nome de um deles, um cara fantástico e que é uma inspiração para minha vida. Uma espécie de pai (muito embora ele não goste que se refira a ele assim), mais foi exatamente esse o papel que ele desempenhou. Ajudando a minha mãe (que é outra heroína, mas essa história eu conto em outro texto), a nos criar e educar, eu e m

Duplamente órfão

(Categoria - Minha história) D omingo dia 11 de maio de 2008, eu esperava dormir um pouco até mais tarde, lá pelas 7 horas da manhã a campainha tocou e eu relutei por atender, achei um insulto uma pessoa tocar a campainha da casa de alguém às 7 da manhã de um domingo frio de outono. No entanto como a pessoa insistiu, resolvi levantar e atender. Para minha total surpresa era minha irmã mais velha que estava no portão com a notícia do falecimento do meu pai. Neste dia eu estava me tornando duplamente órfão. Minha primeira orfandade foi quando meu pai se separou da minha mãe. Então passei a viver sem a presença daquele que eu julgava o melhor pai do mundo, todavia, cresci, e agora estou me tornando órfão pela segunda vez. Neste mesmo dia viajamos para Marília, pois o sepultamento seria lá. Quando chegamos ao velório, e vi meu pai ali deitado naquele caixão. As poucas lembranças da minha infância junto com ele vieram à tona e não resisti, tentei dar um de durão, mas chorei, feito criança a

Memória, nuanças e percepções

(Categoria - Minha história) “A morte é de certa maneira uma impossibilidade, que de repente se torna realidade”. Goete - Poeta alemão C oincidentemente ou não. Ontem passei por dois cortejos fúnebres, automaticamente me lembrei de quatro meses atrás em que eu acompanhava o cortejo do funeral do meu pai, a partir desse momento abaixei a cabeça em sinal de reverência e segui meu caminho. É interessante como a vida muda à medida que envelhecemos. A morte de alguém nunca tinha me causado dor, aliás, nunca me incomodei por passar perto de um funeral até o dia em que perdi meu pai, daí comecei a considerar a possibilidade da morte das pessoas que amo. Passei a refletir sobre a morte não apenas como conceito, mas como a verdade mais inexorável que existe. Portanto, começo mudar meus valores a respeito da vida. Pretendo valorizar cada momento, porque cada momento é único, não se repete. Não se vive duas vezes identicamente a mesma experiência. Quero passar mais tempo com minha mãe e ouvir sua

Religião: máscara e essência

(Categoria - Reflexões) A grande pergunta repousa sobre o que é ser autenticamente um religioso no “mundo” evangélico. A religiosidade patética de um grande número de segmentos evangélicos da modernidade tem se resumido em estar confinados em redutos cristãos aprendendo métodos de reivindicar direitos, decretar vitórias, bater o pé e amarar demônios, exigir bênçãos para ficar próspero etc. A ênfase não é mais a reflexão bíblica séria, e sim as emoções, o que sentem no culto, às experiências místicas, os arrepios etc. Estamos freqüentando a templos suntuosos, apinhado de gente querendo ser bem sucedida. Nesta frenética busca de bens materiais as igrejas crescem numericamente e, ironicamente pregam fraternidade, pois enquanto alguns vivem nababescamente a grande maioria é pobre e por de trás dos bastidores ainda tem gente passando fome. Essa religiosidade não passa de uma máscara, pessoas vazias, periféricas no relacionamento com Deus, mas que se sentem seduzidas por suas benesses. Vive

Indignação

(Categoria - Reflexões) “Se você treme de indignação perante uma injustiça cometida contra uma pessoa em qualquer lugar do mundo. Então somos companheiros”. Che Guevara N ão suporto as injustiças sociais cometidas contra os meus irmãos, filhos da nação brasileira. Fico moído por dentro ao observar a sorte pobre de minha família, as incontáveis dificuldades que minha mãe enfrentou para criar seus oito filhos sem pai, e, aliás, as dificuldades que ela uma velhinha de 70 anos de idade ainda enfrenta para viver com o mínimo de dignidade com uma aposentadoria irrisória. Num país em que a distribuição de renda é extremamente desigual. Recuso-me a aceitar o destino cruel de algumas sobrinhas que entraram para o mundo do vício, precocemente se tornaram mães, mães solteiras. Minha indignação é grande, ou melhor, crescente, diante da percepção que tenho ao observar aqueles que estudam, lutam, trabalham e nunca chega a lugar nenhum. Devido ao sistema que é excludente e privilegia os mais abastado