João Ferreira Leite Luz (Paranóicas) Da terceira vez que ressuscitei recuperei um pouco do jeito de sorrir que eu tinha. Algumas horas depois, entretanto morri. Mataram – me e repeti a frase já gasta devido o muito uso “Da primeira vez em que me assassinaram perdi um jeito de sorrir que eu tinha. Depois, de cada vez que me mataram, foram levando qualquer coisa minha...”. E hoje, dos defuntos que sobrei, sobrei menor e indefeso. Agora apenas uma réstia de esperança miúda me toca. Um toco de vela quase apagado que insiste em arder.
Nasceu em uma manjedoura qualquer. Foi pendurado num madeiro como bandido pobre. Ao final deixou o sepulcro vazio e uma nota de esperança no ar.