Cogitações Apenas

 Na Antiguidade as pessoas viam a euteknia (prole bela e sadia, ou seja, sem defeitos) como condição importante para aceitação na sociedade. Essa ideologia oprimia as pessoas com deficiências e as excluíam. Foi exatamente nesse cenário, no primeiro século que  Jesus trabalhou para inclusão das pessoas marginalizadas.  No século XX na Alemanha o pressuposto da eugenia nazista, qual seja, a política social racial que posicionou no centro dos interesses do governo a melhoria da raça ariana através da eugenia (ciência marginal que tem como finalidade fazer a seleção dos seres humanos com base em suas características hereditárias com objetivo de melhorar as gerações futuras) os alvos foram os indivíduos marcados como "indignos de viver"; como criminosos, degenerados, dissidentes, deficientes mentais, homossexuais, vadios, insanos e fracos, que deveriam ser eliminados da cadeia de hereditariedade. Mais de 400 mil pessoas foram esterilizadas (não procriáveis), enquanto 70 mil foram

 "Nenhum homem é livre se não puder se controlar" assim pensava Pitágoras entre outros filósofos do mesmo entendimento. Você já pensou que quando sai fazendo tudo que lhe dá cabeça isso não significa liberdade, e sim, escravidão? Já que ao fazer tudo o que você quer, se torna escravo dos próprios desejos. Paulo, apóstolo, teólogo e pensador cristão do primeiro século diz a coisa nesses termos "tudo me é permitido, mas nem tudo convém. Tudo me é permitido, mas não deixarei que nada me domine" querendo simplesmente dizer que de fato somos todos livres para fazermos o que quisermos, contudo, a sabedoria e a experiência nos ensina a escolher as coisas que não nos destrói.🌹

 Nalgum ponto, em certa medida, e em intensidades diferentes, todos somos filhos pródigos.Arriscaria dizer que só os que entendem e admitem tal pressuposto é que são capazes da sensibilidade de perceber o abraço apertado do Pai depois de ter feito muitas besteiras na vida.Quero afirmar com isso que os religiosos que são todos santos, que nunca fazem "cagada" nenhuma jamais perceberão tal abraço revestido de amor e graça inesgotáveis...

 Jesus incitou a pescadores e lavradores e prostitutas que chamassem Deus de pai. Esse judeu rebelde do primeiro século estava plantando no solo da alma humana a ideia de um amor universal, por conseguinte, ama a todos indistintamente. (PB)

 No primeiro século na sociedade em que Jesus viveu um homem não conversava em público com mulheres, um rabi não permitia que fizessem parte do seu grupo, um homem "santo" não deixava que elas o tocassem. Jesus, contudo, fazia indiscriminadamente esse tipo de coisas, tratando mulheres como se fossem gente milênios antes que a ideia ganhasse qualquer popularidade. (PB)

 Ao proteger a mulher apanhada em adultério de seus algozes masculinos, Jesus chegou a relativizar a própria letra da lei, argumentando basicamente que a universidade do pecado deveria produzir não uma demanda universal por uma justiça estrita que ninguém é capaz de honrar, mas uma postura universal de misericórdia. (PB)

 Oriento minha vida em outra direção. Deixei para  trás o direito de ter razão; busco a paz com todos. Abandonei à busca de reconhecimentos; o que faço, faço por eu mesmo. Não quero ser melhor do que ninguém; passei, aliás, a considerar os outros superiores a mim mesmo. Nego diariamente o eu superficial, busco sentido no eu interior, mais profundo e portanto mais verdadeiro do que a casca me disfarça.

 O anúncio verbal do evangelho não deixa de ser importante, contudo, para Jesus a vivência, ou seja, a encarnação do evangelho pelo indivíduo é o que pressupõe não apenas o entendimento como também a própria implantação do reino de Deus entre os humanos. Por conseguinte, para Jesus é necessário pessoas dispostas a praticar o aparentemente impraticável do que um discurso vazio.

 É significativo notar que no encontro entre Jesus e a mulher adúltera Ele não tenha dito que a perdoava, mas sim, que não a condenava. Isso, porque, em alinhamento com a Escritura que diz que "O cordeiro de Deus foi imolado antes da fundação do mundo" nos introduz ao tema de que já nascemos sob o signo do perdão. Então porque já perdoou, diz também "não te condeno".

 Fala-se muito do amor em nome de Deus na religião, contudo, pouco se ama. Jesus falando pouco do amor com esse nome, falou do amor como jamais alguém tenha falado. (PB)