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"Eu posso..."

 Os leprosos nos tempos da antiguidade eram excluídos não apenas do templo religioso, mas como também de todas as atividades na sociedade. Tinham mesmo que ficar isolados, excluídos-marginalizados-abandonados a própria sorte. Um desses pobres e infelizes perguntou para Jesus: "se quiseres podes me purificar?". Recebeu como resposta; "posso". Posso te limpar, posso te devolver a dignidade, posso te reintegrar a sociedade. Posso, foi a resposta...

Servo

 Caminhantes que somos por aqui nessa existência - experiência, somos premiados por uma diversidade de sentimentos e o melhor e maior sentimento da vida é o de poder servir alguém. Não existe vida plena sem compaixão com dor do próximo, não existe humanidade sem que se estenda a mão ao necessitado. Não amar o outro significa não amar a si próprio.

"O que é a vida?"

 "O que é a vida?" Era a pergunta comumente usada por Antônio Abujamra para finalização do seu programa e para intimidação e provocação dos seus entrevistados. Que não raras vezes saiam atordoados por não oferecer uma resposta satisfatória e muitas vezes simplistas ou mera repetição de algum jargão desgastado. "O que é a vida?" Temo que muitos após viverem tanto também não saibam responder. O que é a vida João Luz? Pergunta o fantasma de Abujamra em minha alma. Poderia oferecer diversas respostas acadêmicas do ponto de vista da Filosofia, da teologia, da antropologia, citar vários teóricos e etcetera. Seria em vão. Pois, ele insisti; João Luz, o que é a vida? Responderia calma e lentamente que a vida é o tanto de significado que você dá a ela ou não. Que é um abrir dos olhos para as coisas que não se enxergam com os olhos, e uma vez visto tais coisas acolhe-las serenamente. E como sabemos, ele continuaria insistindo; "o que é vida?". O que você responderia

Vamos viver...

 "vamos viver tudo o quê há pra viver", canta o refrão já muito popular. Imediatamente temos a ideia do "carpe diem" de Horácio. Entretanto, o "tudo" significa tudo mesmo, tudo de bom, tudo de ruim , tudo de chato, tudo de irritante, tudo de prazer e tudo de felicidade, irremediavelmente tudo. Cabe aqui portanto, as palavras do grande poeta; "para ser grande, sê inteiro: nada teu exagera ou exclui. Sê todo em cada coisa. Põe quanto és no mínimo que fazes..." O evangelho não nos torna mais felizes, entretanto nos aterriza no chão da realidade trazendo no seu bojo a verdade de que  haverão dias bons e dias ruins. E, em que todos eles viveremos . Então a cada um de nós cabe saber o como?

Dor sem título

 Alguns tem a alegria de registrar o nascimento, outros a angústia de registrar o óbito. A dor dilacerante que rasga meu peito e deixa minha alma estrupada. O João Bryan Luz Mendes, veio e ficou tão pouco. Sobrou saudades. Agora está no Pai pra onde irei um dia correr segurando na sua pequenina mão.

Traços da graça absurda em Abraão

 Em Genesis 18:14 Deus pergunta para Abraão e para Sara: "existe alguma coisa impossível para o Senhor?" Tanto Abraão (Gn 17,17-18) quanto Sara (Gn 18,12-13) acreditavam que teriam que ter condições físicas ideais para a geração e nascimento de Isaque esquecendo que a graça opera justamente na impossibilidade humana. Em outras palavras, nunca dependeu de que Abraão fosse de pouca idade e viril. E nem que Sara sua mulher fosse nova e extremamente fértil. Sempre dependeu exclusivamente de Deus. Deus em sua graça alcança tudo e todos, pois, para o Deus de amor que opera de graça em graça não conhece o impossível.

Um convite simples

“E disse-lhes: vinde após mim e eu vos farei pescadores de homens”. Conquanto o convite seja simples e óbvio, faz-se necessário entender o contexto cultural e histórico no qual Jesus estava inserido ao pronunciar tais palavras. Jesus era pobre, aliás, nasceu pobre, cresceu pobre, viveu entre pobres e morreu pobre. Dois absurdos do ponto de vista do deus-prosperidade-saúde-sucesso, pois, Jesus é o Deus que morre, e, morre pobre. Jesus nasceu em Belém da Judéia, porem cresceu em um pequeno vilarejo periférico da Galileia chamado de Nazaré, daí ser chamado Nazareno. Nesse contexto o Império Romano dominava essa região política e economicamente mantendo-a sob cargas tributárias pesadíssimas. O trabalhador tinha que suar muito para pagar seus impostos, Jesus, portanto, também tinha que trabalhar para sobreviver. Deste modo o conhecemos como o carpinteiro. Toda essa situação socioeconômica, aliada a uma religião fundamentalista-institucionalizada-instrumentalizadora, gerava uma cla