“E disse-lhes: vinde após mim e eu vos farei pescadores de homens”.
Conquanto o convite seja simples e óbvio, faz-se necessário entender o contexto cultural e histórico no qual Jesus estava inserido ao pronunciar tais palavras.
Jesus era pobre, aliás,
nasceu pobre, cresceu pobre, viveu entre pobres e morreu pobre. Dois absurdos
do ponto de vista do deus-prosperidade-saúde-sucesso, pois, Jesus é o Deus que
morre, e, morre pobre.
Jesus nasceu em Belém
da Judéia, porem cresceu em um pequeno vilarejo periférico da Galileia chamado
de Nazaré, daí ser chamado Nazareno.
Nesse contexto o Império
Romano dominava essa região política e economicamente mantendo-a sob cargas
tributárias pesadíssimas.
O trabalhador tinha que
suar muito para pagar seus impostos, Jesus, portanto, também tinha que
trabalhar para sobreviver. Deste modo o conhecemos como o carpinteiro.
Toda essa situação socioeconômica,
aliada a uma religião fundamentalista-institucionalizada-instrumentalizadora,
gerava uma classe muito grande de pessoas excluídas; loucos, prostitutas,
aleijados, mutilados, mulheres, publicanos, possessos e os pobres em geral.
Foi nesse cenário que
Jesus cresceu e começou o anúncio do evangelho-boas novas.
Ele mesmo disse estar
anunciando o Reino de Deus, que estava diametralmente oposto ao reino do
Império Romano, pois, no seu Reino, e lembre-se das palavras “meu reino não é
deste mundo”, os últimos seriam os primeiros (as prostitutas, os homoafetivos
entram antes dos religiosos). Os maiores seriam os menores, a beleza não estava
em ser servido, mas em servir (daí ele ter escolhido uma bacia para lavar os
pés dos discípulos). O perdão seria infinito “setenta vezes sete”.
Em meio ao anúncio
dessa mensagem simples, contudo, potente. Jesus convidou pessoas para caminhar
com ele, já que, acreditava no poder da coletividade.
Ser pescadores de
homens não é fazer prosélitos, não é lotar igrejas. Na concepção de Jesus era
formar uma comunidade de pessoas que se importassem com pessoas com vistas
sempre nos menos favorecidos, sim, eram esses que ele queria pescar (resgatar
da marginalidade-exclusão) e isso não tem nada a ver com o que chamamos de
religião.
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