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Escandalosamente de graça

João Ferreira Leite Luz (Reflexões) “A graça não depende do que fizemos por Deus, mas antes, do que ele fez por nós”. (Philip Yancey) O   curioso na graça é que não somos nós que vamos atrás de Deus. É Deus quem percorre todos os caminhos para vir até nós, inclusive o caminho da cruz. O caminho da auto-negação, do auto-esvaziamento para livremente abrir mão dos privilégios da divindade e se tornar humano (kênosis). Portanto, a graça jamais é econômica, alcança todos, premia a todos, e não espera nada em troca. Parafraseando Paulo Brabo eu diria que a graça possui um elemento de “cavalheirismo incondicional” Num desses dias ouvi a certa altura do culto a pastora perguntar: “você já parou por um momento e pensou no que é que você fez de bom hoje para agradar a Deus?”. Cocei a cabeça e pensei comigo. Ela ainda não entendeu nada sobre graça. Que pena! Continue apenas vivendo cotidianamente, e, ele inevitavelmente virá ao seu encontro. Que Deus nos ajude!

Ex-dependente de igreja

J á me decepcionei com quase tudo e quase todos. Já desisti de um cristianismo inusitado e triunfalista, cheio de arroubos bombásticos. Já me decepcionei, inclusive comigo mesmo. Sei que devido as minhas muitas desilusões e inquietações venho ultimamente escrevendo alguns textos recheados de um realismo que beira o pessimismo. Entretanto, ao escrever críticas contra um movimento que está adoecido não busco ser popular. Escrevo porque adoro dar forma ao pensamento, aliás, com os textos que venho rabiscando sei que não teria a mínima condição de alcançar a popularidade, pois são sofríveis do ponto de vista literário, o meu português chega a ser risível aos gramáticos, minha redação é paupérrima e para ajudar eu nunca escrevo aquilo que é popular e agrade as pessoas. A impressão que dá é que só ando na contramão, na sintonia inversa. Só não cesso de escrever porque as inquietações dos meus pensamentos não me deixam em paz, e, também acredito que estas simples reflexões podem libertar alg

Jesus, pobreza e felicidade

João Ferreira leite Luz (Reflexões) “No início, a igreja era um grupo de homens e mulheres centrados no Cristo vivo. Então a igreja chegou à Grécia e tornou-se uma filosofia. Depois, chegou até Roma e tornou-se uma instituição. Em seguida, à Europa, e tornou-se uma cultura. E finamente, chegou à América, e tornou-se business”. (Richardson Halverson – Capelão do senado americano). J esus faz a meu ver algumas afirmações atordoantes que soa estranho aos nossos ouvidos modernos, como quando ele diz “meu reino não é deste mundo”, ou falando de outra maneira, Jesus não tem nada a ver com esse reino de poder, com essa mesquinharia que chamamos de igreja, aliás, construímos uma grande igreja luxuosa que vive cultuando ao deus do capitalismo e ainda temos o despautério de chamar isso de reino. Os valores do reino que o Cristo anunciava eram completamente outros, ou como diz a Escritura noutro lugar: “O reino de Deus não é comida nem bebida, mas justiça e paz e alegria no Espírito Santo”. O

Paradoxos literários

João Ferreira Leite Luz (minha história) Ao mesmo tempo em que corro contra o tempo, quero saborear a vida devagar. Infelizmente aprendi amar os livros tardiamente, só aos trinta anos foi que me apaixonei por literatura, e hoje aos trinta e quatro devoro com avidez os livros, coisa que considero leviana, ou como já disseram: “ Ler rapidamente aquilo que o autor levou anos para pensar é um desrespeito. É certo que os pensamentos, por vezes, surgem rapidamente, como num relâmpago. Mas a gravidez é sempre longa. Há frases que resumem uma vida. Por isso é preciso ler vagarosamente, prestando atenção nas idéias que se escondem nos silêncios que há entre as palavras. Eu gostaria que me lessem assim. Quer eu escreva como um poeta, no esforço para mostrar a beleza, ou como palhaço, no esforço para mostrar o ridículo, é sempre a minha carne que se encontra nas minhas palavras. ( Rubem Alves) Vivo o paradoxo de querer ler muito em pouco tempo. Entretanto, está decidido, vou ler devagar, sabo

Labirintos

João Ferreira Leite Luz (Devaneios) J á andei por muitos caminhos, e na maioria das vezes não sabia onde queria chegar. Essa viagem exterior reflete, naturalmente, as andanças pelos labirintos da alma onde invariavelmente vivo me perdendo.

A gente acaba aprendendo

 (Categoria – Minha história) E xistem coisas que não aprendemos nos bancos escolares, aliás, muita coisa não se aprende através de método didático nenhum. Nem ao menos através dos conselhos paternos. Têm coisas que a gente acaba por aprender através do tempo, nos encontros e desencontros da vida. A gente acaba aprendendo, que muitos amigos só se interessam por nós quando temos alguma coisa para oferecer, quando cessa a nossa fonte, nos tornamos descartáveis como copo plástico de bebedouro. Amigo verdadeiro nesses dias é artigo de luxo, coisa rara. Estamos numa espécie de extinção de bons amigos, sabem aqueles, que são “amigos de fé e irmão camarada”. A gente acaba aprendendo, que relacionamento dentro do mundo eclesiástico-ministerial é como ninho de cobra; um querendo ser maior que o outro. Uma corrida “imbecializante” por títulos, cargos, posições. Nesse mundinho você só vale quando seu ministério “acontece”, quando sua pregação é popular, ou se você tiver uma espécie de unção e