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Jesus, pobreza e felicidade

João Ferreira leite Luz (Reflexões) “No início, a igreja era um grupo de homens e mulheres centrados no Cristo vivo. Então a igreja chegou à Grécia e tornou-se uma filosofia. Depois, chegou até Roma e tornou-se uma instituição. Em seguida, à Europa, e tornou-se uma cultura. E finamente, chegou à América, e tornou-se business”. (Richardson Halverson – Capelão do senado americano). J esus faz a meu ver algumas afirmações atordoantes que soa estranho aos nossos ouvidos modernos, como quando ele diz “meu reino não é deste mundo”, ou falando de outra maneira, Jesus não tem nada a ver com esse reino de poder, com essa mesquinharia que chamamos de igreja, aliás, construímos uma grande igreja luxuosa que vive cultuando ao deus do capitalismo e ainda temos o despautério de chamar isso de reino. Os valores do reino que o Cristo anunciava eram completamente outros, ou como diz a Escritura noutro lugar: “O reino de Deus não é comida nem bebida, mas justiça e paz e alegria no Espírito Santo”. O

Paradoxos literários

João Ferreira Leite Luz (minha história) Ao mesmo tempo em que corro contra o tempo, quero saborear a vida devagar. Infelizmente aprendi amar os livros tardiamente, só aos trinta anos foi que me apaixonei por literatura, e hoje aos trinta e quatro devoro com avidez os livros, coisa que considero leviana, ou como já disseram: “ Ler rapidamente aquilo que o autor levou anos para pensar é um desrespeito. É certo que os pensamentos, por vezes, surgem rapidamente, como num relâmpago. Mas a gravidez é sempre longa. Há frases que resumem uma vida. Por isso é preciso ler vagarosamente, prestando atenção nas idéias que se escondem nos silêncios que há entre as palavras. Eu gostaria que me lessem assim. Quer eu escreva como um poeta, no esforço para mostrar a beleza, ou como palhaço, no esforço para mostrar o ridículo, é sempre a minha carne que se encontra nas minhas palavras. ( Rubem Alves) Vivo o paradoxo de querer ler muito em pouco tempo. Entretanto, está decidido, vou ler devagar, sabo

Labirintos

João Ferreira Leite Luz (Devaneios) J á andei por muitos caminhos, e na maioria das vezes não sabia onde queria chegar. Essa viagem exterior reflete, naturalmente, as andanças pelos labirintos da alma onde invariavelmente vivo me perdendo.

A gente acaba aprendendo

 (Categoria – Minha história) E xistem coisas que não aprendemos nos bancos escolares, aliás, muita coisa não se aprende através de método didático nenhum. Nem ao menos através dos conselhos paternos. Têm coisas que a gente acaba por aprender através do tempo, nos encontros e desencontros da vida. A gente acaba aprendendo, que muitos amigos só se interessam por nós quando temos alguma coisa para oferecer, quando cessa a nossa fonte, nos tornamos descartáveis como copo plástico de bebedouro. Amigo verdadeiro nesses dias é artigo de luxo, coisa rara. Estamos numa espécie de extinção de bons amigos, sabem aqueles, que são “amigos de fé e irmão camarada”. A gente acaba aprendendo, que relacionamento dentro do mundo eclesiástico-ministerial é como ninho de cobra; um querendo ser maior que o outro. Uma corrida “imbecializante” por títulos, cargos, posições. Nesse mundinho você só vale quando seu ministério “acontece”, quando sua pregação é popular, ou se você tiver uma espécie de unção e

Eles não estavam lá...

João Ferreira Leite Luz (contos) “Da primeira vez em que me assassinaram perdi um jeito de sorrir que eu tinha. Depois, de cada vez que me mataram, foram levando qualquer coisa minha...” (Mario Quintana) Ludogero, apesar de possuir um nome meio... , digo, muito esquisito. Também era homem de poucas palavras, quieto por natureza – casmurro, no mesmo sentido de Dom Casmurro em Machado de Assis: “homem calado e metido consigo”. Entretanto, era homem regido por valores íntegros. Não obstante ser tosco e semi-analfabeto, era presenteado por uma inteligência intuitiva sem igual, que somado a sua disciplina e autodidatismo lhe proporcionou amplo conhecimento. Dona Leodegária, a distinta esposa de Ludogero, que tinha o nome tão, ou mais esdrúxulo que do seu dote. Esta por sua vez era “flor de distinção e nobreza na heráldica da cidade”. Mulher fértil. Pariu cinco filhos, trazidos ao mundo à moda antiga pelo parto normal por mão de hábeis parteiras. Para felicidade e honra de seu marido qua

Ele sempre está lá

João Ferreira leite Luz (Breve arrazoamento) “Eu estarei sempre com vocês...”. (Jesus – evangelho de Mateus 28.20) Deus pode tranquilamente passar despercebido. São tantas vozes velozes a nos chamar, tantos barulhos, burburinhos e distrações que não raras vezes sua presença passa impercebida no dia a dia. Mas ele sempre está lá, afinal de contas, ele é o Deus nosso de cada dia. Que ele nos ajude!

O que a igreja moderna tem a oferecer?

“... Não tenho prata nem ouro, mas o que tenho, isto lhe dou. Em nome de Jesus Cristo, o Nazareno, ande...” (Atos dos apóstolos 3.6) O que a igreja moderna tem a oferecer é uma pergunta necessária. Visto que ela oferece tudo, e nada ao mesmo tempo. Estamos oferecendo em termos gerais: prosperidade, saúde e sucesso, ou de outro modo, estamos ofertando apenas coisas, simplesmente coisas para pessoas que por natureza intrínseca possuem sede do transcendental, ou seja, do imaterial. O curioso é que a igreja já pode dizer: Tenho prata e ouro (dinheiro), haja vista, elas serem donas de emissoras de TV, os pastores já se assentam em cadeiras do senado. As igrejas modernas são donas de verdadeiros impérios. Entretanto, já não pode mais dizer “isto que tenho te dou”, porque não tem nada para oferecer além de benefícios temporais. Esquecemos do que Jesus alertou: “Meu Reino não é desse mundo”. Que pena! Que Deus nos ajude!

Quando eu ver Deus...

João Ferreira Leite Luz (Breve arrazoamento) “Morrer é simplesmente esquecer as palavras. E conhecermos Deus, talvez, sem o terror da palavra Deus!” (Mário Quintana) Penso que a surpresa será grande, melhor, será aterradora, quando, e, por fim conhecermos Deus. Ao contrário do que nós religiosos pressupomos, contra todas as nossas concepções – Deus será estranha e maravilhosamente simples, ou de outro modo, não terá esse monte de complicações teológicas da nossa cabeça estreita. Acredito que ele será estranhamente “humano”, assim como ele se deixou revelar por meio do carpinteiro de Nazaré que chamamos de Jesus. Que Deus nos ajude!