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Triste felicidade

João Ferreira Leite Luz (Minha história) “Triste sorte do ser humano; sua felicidade assemelha-se a um leve esboço; chega à infelicidade, passa a borracha e o desenho se desfaz”. (Ésquilo) Sou o caçula entre oito irmãos, e, se a vida seguir seu curso natural serei o último a morrer. Entretanto, terei o desprazer de sepultar meus irmãos e sofrerei sete vezes mais. Trágico! Triste sorte!

Uma pergunta assombrosa

João Ferreira Leite Luz (Estudos) “Quem vocês dizem que eu sou?”. Jesus Cristo (Mateus 16.15) A pessoa de Jesus sempre gerou muitas controvérsias. O Mestre ao caminhar pelas ruas poeirentas da Judéia trouxe uma questão muito intrigante – quem era Jesus? Talvez pelo fato de o Cristo ter vindo num período peculiar da história dos judeus em que eles esperavam um messias poderoso e implacável, e também por haver um certo mistério acerca de sua pessoa. Notem a complexidade que envolvia sua natureza que às vezes era marcada em seus muitos aspectos intensamente humana, porém, e ao mesmo tempo, era assinalada por características singulares da divindade. Portanto, era de certa forma natural que se gerassem tantas dúvidas quanto à verdadeira identidade de Jesus. O próprio João Batista, primo e precursor de Jesus, sentiu a necessidade de perguntar: “ és tu aquele que estava para vir, ou havemos de esperar outro?” (Mt. 11.3). E ele mesmo já havia afirmado anteriormente – “eis o cordeiro de De

Por onde começar a caminhada com Deus?

O Gênesis em sermões expositivos Texto: Gênesis 37 Para alcançarmos os sonhos de Deus para nossas vidas temos que percorrer uma grande jornada, que tem como ponto de partida nossa imaturidade. Ninguém já começa pronto, todos nós quando iniciamos a caminhada cristã começamos pela senda da imaturidade. Eu pessoalmente já sofri, e para ser sincero ainda sofro tentado impor a mim mesmo uma maturidade que está reservada aos mais velhos. Só o tempo e a experiência me trarão amadurecimento. A partir desse texto vamos perceber que José o grande homem maduro tanto nas coisas espirituais quanto administrativas, começou como nós, pela senda da imaturidade. 1. José também começou exatamente como nós. Cheio de defeitos a serem trabalhados Vv 2-11. Vejamos quem foi José, seu relacionamento com seu pai, e seus irmãos: A) José o jovem delator V2. Parece-me que José por ser jovem e imaturo era dado a tagarelar, sobretudo acerca dos filhos menos favorecidos de Bila e Zilpa – concubinas de seu pai (V

Um texto do meu amigo Ricardo Gondim que precisa ser lido

Minha carta aberta Ricardo Gondim Minhas coragens não tão corajosas Tornei-me alvo de todos os crivos. Depois de devidamente rotulado, sinto-me dissecado, espiritual, moral e psicanaliticamente. Pessoas que não me veem há décadas, se sentem com liberdade de diagnosticar o que “vem acontecendo com o Gondim”. Não há como negar como me sinto incômodo com  achômetros . Faltam-me argumentos. Como explicar que não perdi a fé, que não apostatei, que não estou na ladeira do inferno e que não sou um Belzebu? Diante de juízos subjetivos, melhor calar. Não vale sequer lembrar que a tarefa de separar trigo e joio, sempre delicada, Deus reservou aos anjos e, ainda assim, para o fim dos tempos. Como justificar-me diante da presunção de que não há outro caminho para a espiritualidade que não seja o pacotão doutrinário, que os evangélicos se consideram legítimos guardiões? Um rapaz de apenas 24 anos mandou-me uma mensagem insolente, mal educada. Notei que ele era apenas dois anos mais velho que o

Espero...

João Ferreira Leite Luz (Devaneios) “Lá bem no alto de décimo andar do ano. Vive uma louca chamada esperança”.   (Mário Quintana) A vida que vivo ainda não é; A vida que gostaria de viver. O lugar que estou ainda não é; O lugar que gostaria de estar. Tudo é meio difuso... Confuso... Entretanto,                  acredito,                                 anseio,                                             sonho;                                                         espero, Espero... Espero... Pois, a louca chamada esperança ainda insiste em viver em mim.

Vale a pena?

João Ferreira Leite Luz (Reflexões) “Valeu a pena? Tudo vale a pena. Se a alma não é pequena”.                                                                Fernando Pessoa V aleu a pena? Foi a pergunta que o orador daquela noite insistiu em fazer. Ele enfatizou a pergunta no sentido que, se pelo fato de reconhecermos Jesus como Senhor havia valido a pena. Inquietei-me e preciso responder. Agora, respondo fazendo outra pergunta; o que é que se está querendo dizer quando perguntamos se valeu a pena abraçar a causa do evangelho? A resposta é sim e não. Explico, se a pergunta for no sentido de que vale a pena abraçar a causa de Jesus e pagar um alto preço por este elevado ideal. Sim, vale a pena. Ou dito de outro modo, vale a pena não apenas possuir nobres ideais, mas sim, estar disposto a sofrer por eles. Defendo os valores do Reino não porque acho que vou ser bem sucedido, ou porque vou dar certo, mas, e acima de tudo porque vale a pena. Agora, se a pergunta for no sentido de que s

Quando na vida tomamos medidas drásticas

O Gênesis em sermões expositivos Texto: Gênesis 38 A cultura judaica sempre privilegiou o homem em detrimento da mulher. Nessa cultura criou-se o entendimento de que o homem era respeitado quando possuía muitos filhos, e o mesmo raciocínio havia entre as mulheres que eram valorizadas pelo número de filhos que davam ao marido. Um homem sem filhos era sinal de desonra, e uma mulher sem filhos era menosprezada. Compare com os seguintes textos: Sl 27 e 28/ Gn 30.1 e I Sm 1.8-11. Existiu uma mulher chamada Tamar que não gerava filhos, isto porque, nem casada ela conseguia permanecer. Estranhamente seus maridos sempre morriam. Então essa mulher toma uma atitude no mínimo incomum, estranha, uma medida drástica. Acredito que a partir da vida dessa mulher podemos pinçar algumas lições interessantes, vejamos: 1. Deus pode pegar uma situação toda destruída, uma má escolha, uma atitude impensada e transformar em uma coisa bonita Cf. V29-30. Deus é habilidoso, perito em pegar os destroços de um

Milagre...?

João Ferreira Leite Luz (Reflexões) “Gritamos noite adentro, e não há resposta” Bertrand Russell O culto estava meio monótono, senti que o evangelista que falava naquela noite tinha a necessidade de impressionar seus ouvintes. “Minha netinha” – disse ele com voz alterada, “ficou doente e levaram-na ao pronto socorro. Quando depois de um tempo cheguei lá, todos estavam tristes e cabisbaixos, inclusive minha esposa que é crente fervorosa. Nesse exato momento o Espírito Santo me falou sobre a autoridade que foi dada a nós, como descrito em Marcos 16.17-18. Então de súbito, peguei minha netinha no colo – que estava com mais de quarenta graus de febre, e comecei a repreender o espírito da enfermidade. Depois de terminada minha oração, sentei-me na cama ainda com minha neta no colo, e, para minha felicidade sua febre foi baixando até ficar curada por completo”. O evangelista então conclui: “é esse tipo de autoridade que está sobre a igreja”. Existiu um homem na bíblia chamado Jó que se

Trinta e quatro anos de mim...

João Ferreira Leite Luz (Minha história) Mais um ano que se passa Mais um ano sem você Já não tenho a mesma idade Envelheço na cidade Essa vida é jogo rápido Para mim ou pra você Mais um ano que se passa Eu não sei o que fazer Juventude se abraça Se une pra esquecer Um feliz aniversário Para mim ou pra você Feliz aniversário Envelheço na cidade... Fragmento da música do Ira, composição de Edgar Scandurra A vida transcorre sem muitos sobressaltos, cheguei hoje ao andar de cima, ou para ser mais exato, no trigésimo quarto andar do ano da minha vida fugaz. “Feliz aniversário envelheço na cidade”. Até o trigésimo quinto, Se Deus quiser.

A dura realidade da vida

João Ferreira Leite Luz (cogitações apenas) “A realidade está bem distante e é muito profunda” Salomão (Eclesiastes 7.27) H oje, tentei escrever uma reflexão sobre a efemeridade de se ficar iludindo as pessoas com promessas inconseqüentes de bênçãos. Entretanto, com o coração apertado, queria mesmo escrever sobre mim, sobre minhas próprias frustrações. Ando meio triste com a dura realidade da vida. Luto, luto e persigo continuar lutando, todavia parece que não chego a lugar algum. Atrevi aventurar-me em tentar decifrar o drama da vida humana - e olha que filósofos e teólogos vivem tentando, sem muito êxito. Só me resta concordar com a sabedoria contida nas palavras do Eclesiastes: “A realidade está bem distante e é muito profunda”. Que Deus me ajude!