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Aprendendo na prisão do Egito junto com José

O Gênesis em sermões expositivos Texto: Gênesis 40 È intrigante quando falamos que um homem íntegro, correto e bom; que na verdade é um verdadeiro homem de Deus como José esteja numa prisão esquecido por todos, e, inclusive aparentemente esquecido por seu próprio Deus. Porque no cristianismo atual não existe espaço para um servo de Deus passar por tamanha afronta, aliás, ser cristão hoje em dia significa ser imune aos sofrimentos. Contudo, vamos dar uma olhada na vida de José no período em que ele esteve preso, e quem sabe aprendemos algumas lições. 1. Precisamos aprender a aceitar os tempos de Deus Vv. 14 e23. No versículo 14 José ao interpretar o sonho do copeiro aproveita e lhe pede um favor, pediu para que quando ele estivesse de novo junto ao Faraó fizesse menção dele e de que maneira injusta José havia sido colocado na prisão. Entretanto, o versículo 23 diz que o copeiro esqueceu completamente de José. Acredito que o esquecimento do copeiro não seja algo comum, mas que vinha d

Alguns conceitos impopulares

O Gênesis em sermões expositivos Texto: Gênesis, 41 Os orientais e particularmente os judeus atribuíam grande valor aos sonhos. Daí pode-se entender porque Deus usou amplamente esse método para falar com a humanidade. È interessante notar que em alguns sonhos Deus falava diretamente aquilo que queria mostrar. No entanto, outros eram enigmáticos, fazendo-se necessário quem os interpretassem. É digno de nota que os sonhos eram concedidos em maior número àqueles que não tinham a vantagem de viver debaixo do pacto judaico. Alguns exemplos: Deus fala com Abimeleque em Gn 20.3-7, com Labão em Gn 31.24, com o copeiro e padeiro-mor de Faraó em Gn 40. Fala com o próprio Faraó em Gn 41; com Nabudonozor em Dn 2 e com a mulher de Pilatos em Mt 27.19. Alguns conceitos para pensarmos juntos: 1. Difícil é abrir mão dos louros da glória humana, sempre queremos para nós. José mediante a oportunidade de ser famoso e ter sucesso, transfere o mérito para Deus. Vv 15-16. Quando Faraó atrib

Que tipo de gente estamos nos tornando? - 1ª Parte

O Gênesis em sermões expositivos Texto: Gênesis, 42 A pergunta é: que tipo de pessoa estamos nos tornando à medida que caminhamos com Deus? Ou, que tipo de gente estamos nos transformando à medida que vêm as lutas e as dificuldades? Ou ainda, que tipo de ser humano estamos nos tornamos quando recebemos poder? O que as infindáveis campanhas de prosperidade, têm gerado no caráter das pessoas? Uma vez que, as pessoas são julgadas perante Deus pelos conteúdos do caráter e não pelo que possuem. Estou certo de que a vida de José responde entre outras, estas questões. 1. José se tornou o tipo de pessoa que mesmo vivendo estreitamente ligado ao paganismo, não se deixou vencer por ele. Vv.7-8. A pergunta chave para entendermos o contexto deve ser: por que os irmãos de José não o reconheceram? A resposta óbvia é porque José estava diferente. Vejamos: Ele não se chama, mas José, do Hebraico yôseph isto é, que Deus acrescente. Agora ele tem um nome egípcio: Zafenate-Panéia, que quer diz

Que tipo de gente estamos nos tornando? - 2ª Parte

O Gênesis em sermões expositivos Texto: Gênesis, 43 Penso que à medida que caminhamos com Deus, deveríamos nos tornar pessoas diferentes, ou melhor, pessoas de um caráter excelente. Pessoas de uma bondade sem igual; pessoas de uma doçura singular, gente de outro calibre. Pessoas com uma nobreza digna de serem chamadas de cristãs, ou seja, parecidas com Cristo. Alguma coisa deve ter saído errado. Pois as pessoas estão lotando as igrejas, mas permanecem as mesmas. Gosto do que o pastor Josué Gonçalves escreveu sobre o assunto: “A oração em primeiro lugar, muda quem ora. Se você diz que está orando, mas não se sente transformado, então pare e repense o que está fazendo, pois isso não deve ser oração! Quando oramos, nós nos tornamos melhores homens e mulheres, melhores filhos e filhas, empregados e patrões. Todas as nossas relações são transformadas e toda nossa maneira de ser é mudada. Certa vez, eu ouvi uma ilustração muito interessante: Se, durante uma noite, um ferro comum fo

Um homem de caráter transformado

O Gênesis em sermões expositivos Texto: Gênesis, 44. Acredito que a pergunta primordial é a seguinte: Porque José faz toda essa armação? Que inclusive diante de uma leitura simplista e desatenciosa, dá a entender que José está querendo se vingar de seus irmãos. È a partir da resposta correta a essa pergunta que começaremos não apenas a entender toda trama do texto, como também teremos a possibilidade de extrair lições a respeito da vida. Penso que José fez toda essa encenação com o intuito único de testar o caráter de seus irmãos, para ver se ainda eram os mesmos gananciosos, invejosos, e mentirosos do passado. Ou se tinham mudado mesmo. Vejamos o que escreveu o respeitado historiador Flávio Josefo a respeito: ...”Queria desse modo experimentar a disposição dos irmãos para com Benjamim, para ver se o auxiliariam quando ele o acusasse daquele furto ou se o abandonariam sem se incomodar com a sua sorte...”. Historia dos Hebreus pg. 128 Nota: Flávio Josefo, escritor e historiado

Peças de um grande quebra-cabeça

O Gênesis em sermões expositivos Texto: Gênesis, 45. A vida é sem dúvida semelhante a um grande quebra-cabeça. Existem momentos que simplesmente não entendemos nada do que está acontecendo, passamos por momentos de tanta dor e sofrimento que parece que as peças estão sendo montadas de forma incorreta. Mas é interessante notar que o quebra-cabeça só faz sentido ou só tem forma à medida que vai sendo montado. Acredito que assim é a nossa vida, agora não entendemos muito bem a razão de certas coisas que nos acontecem. Mas com o passar do tempo, e à medida que vamos envelhecendo começamos a entender. Então aquelas “peças” mal encaixadas passam a fazer todo o sentido do mundo. Assim é mais ou menos a história de José, que devido as grandes lutas que enfrentou ainda jovem, não entendia muito bem as razões daquilo tudo porque ele passava. No entanto, quando estudamos o capítulo 45 de Gênesis, vemos como José não apenas percebe perfeitamente as razões de tudo que ele atravessou como tamb

Por que Deus as vezes se cala?

O Gênesis em sermões expositivos Texto: Gênesis, 46. Algumas perguntas se fazem necessário: Porque Deus ficou tanto tempo sem falar com Jacó a respeito das promessas referentes ao concerto? E, porque Deus fala sobre José só agora, depois que Jacó já havia descoberto que ele estava vivo. Porque Deus não falou antes sobre José estar vivo, desta forma apaziguando o coração de Jacó? Por que Deus às vezes se cala? O que nos ensina o silêncio de Deus? Um dos maiores escritores da língua portuguesa e também considerado o maior expoente da literatura brasileira – Machado de Assis, em seu romance Memórias Póstumas de Brás Cubas ocorre uma frase no mínimo intrigante. “... Há coisas que melhor se dizem calando...”. Pg.190 / Ed. Clássicos da Literatura. Existe um ditado popular que diz:- “Há momentos que o silêncio é a melhor resposta”. Há também uma música muito conhecida no meio evangélico que diz mais ou menos assim:- “Há momentos que Deus se cala e não ouço a sua voz” A trama d

Jacó, 130 anos de peregrinações

O Gênesis em sermões expositivos Texto: Gênesis, 47.1-12 O todo da vida, ou ainda, o quadro maior da vida é composto de peregrinações. O tempo de vida ou de existência é composto por pequenas frações do tempo a que chamamos de momento, esse pequeníssimo e indeterminado espaço do tempo quando somado, temos o que chamamos em linguagem metafórica de tempo de peregrinação. Uma vez que segundo o Novo Dicionário Aurélio peregrinar é:- “viajar ou andar por terras distantes”. Então entendemos que na vida, ainda não chegamos, estamos sempre a caminho. Enquanto não chegamos precisamos entender que a vida é cheia de pequenos momentos e precisamos viver um momento de cada vez, para não chegar ao fim da caminhada correndo o risco de não ter vivido o suficiente. Vejamos um trecho do poema instantes, atribuído a Jorge Luiz Borges (escritor argentino): Se eu pudesse viver novamente minha vida, na próxima trataria de cometer mais erros. Não tentaria ser tão perfeito, relaxaria mais. Seria ma

Adoração e gratidão em meio à crise

O Gênesis em sermões expositivos Texto: Gênesis, 47.13-31 É interessante que fazendo referência ao versículo 31, o escritor da epístola aos Hebreus no capítulo 11 e versículo 21, ele diz que: “Pela fé Jacó, à beira da morte, abençoou cada um dos filhos de José e adorou a Deus, apoiado na extremidade do seu bordão”. Agora, a pergunta que fica é a seguinte: Quais as razões que Jacó tinha para adorar a Deus, visto que ele (Jacó) está velho e morrendo. Pior ele está morrendo longe da terra da promessa, está vivendo com sua família no meio de um paganismo extremado. Vivendo de favores, pois foi pela permissão do Faraó que eles estão habitando nessa terra, e para piorar seu filho José que é o governador, está enfrentando uma crise sem proporções, pois a seca ainda é rígida em toda a região, gerando grande fome entre o povo e José tem que lidar com tudo isso. E Jacó obviamente também é atingido pelas preocupações do filho. O que poderíamos aprender sobre gratidão e adoração num contexto

Batalhei minha batalha

O Gênesis em sermões expositivos Texto: Gênesis, 48. Sem dúvidas, quando falamos de Jacó, estamos tratando de um grande batalhador, de um grande guerreiro. Inclusive o próprio Deus disse que Jacó era um lutador:- “Seu nome não será mais Jacó, mas sim Israel, porque você lutou com Deus e com os homens e venceu” Gn 32.28. Jacó chegou ao fim de sua vida, ele está com aproximadamente 147 anos de idade. No entanto ele tem a noção de que grande e difícil foi a sua batalha de vida, mas ele venceu, e é verdade, algumas ele perdeu, mas isso não lhe roubou a capacidade de terminar a vida crendo no seu Deus. No novo Testamento o apóstolo Paulo também terminou sua história de vida assim, ao ponto de dizer a Timóteo:- “Combati o bom combate, terminei a corrida (batalha), guardei a fé” II Tm 4.7. O interessante nesse texto em que Jacó transfere a benção do concerto para o seu neto Efraim, é que ele deixa transparecer como foi sua trajetória de vida. Jacó ao lembrar um pouco de sua história no