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Trinta e três anos de mim mesmo

Minha história Hoje, dia 7 de maio de 2010. Chego à idade de Cristo quando ele abraçou a cruz, só que diferentemente dele, ainda não abracei cruz nenhuma, ou melhor, não me dei inteiramente pela causa que ele absurdamente morreu. Olho para minha breve biografia, minha história de vida, e fazendo uma análise sincera afirmo que não gosto muito da pessoa que me tornei, me acho um pouco inconstante, espere, muito inconstante para dizer a verdade. Quando esquadrinho meu interior encontro coisas que eu gostaria que não estivessem lá. E, o que eu queria ter não encontro, parece-me que as palavras de C.S. Lewis me caem como uma luva: “Pela primeira vez examinei a mim mesmo com o propósito seriamente prático. E ali encontrei o que me assustou: um bestiário de luxuria, um hospício de ambições, um canteiro de medos, um harém de ódios mimados”. Às vezes acho que Fyodor Dostoievski tinha razão ao escrever que: “Em todo homem há naturalmente um demônio escondido”, portanto, só me resta fazer coro c

Incomunicável

Cogitações apenas “Uma mente fechada mata casamentos e relações humanas; amortece sentimentos e sensibilidades; cria uma igreja que vive em mil e um túneis, sem nenhuma comunicação e sem saída”.                                                       Walter J. Burghart C omo é fácil cair na ilusão de que é possível tentar colocar Deus em bitolas que nós criamos. Tentamos restringir Deus as fronteiras do nosso raciocínio, molda-lo ao nosso método. Muitos lutam para fazer com que Deus caiba dentro de nossas molduras teológicas. Entretanto, Deus vai além das fronteiras, quebra todos os paradigmas, pois é impossível engarrafá-lo. Estamos vivendo um período muito curioso da história, pois vivemos na pós-modernidade e possuímos uma teologia engessada da idade média, e os fundamentalistas lutam com todas as forças para sustentá-la assim, inflexível, incomunicável com a cultura da nossa contemporaneidade. Urge deixarmos uma teologia engessada para dialogarmos com os pensadores de nossa época.

Tempus fugit – tempo que foge

Reflexões Carpe diem quam minimum credula postero    (colha o dia, confia o mínimo no amanhã)   Fragmento do poema de Horácio, poeta romano “A vida é tão fugaz...” Já cantava Lulu Santos.  Aproveite o dia. Entretanto, este aproveitar o dia tinha um sentido mais profundo do que fazer o máximo de atividades possíveis em 24 horas.  Acredito que isto quer dizer que só se vive esta vida uma única vez, portanto vivamos com total intensidade saboreando todos os sabores, sentindo todos os aromas; ouvindo boa música e lendo poesias. Não se esquecendo de ser cúmplice dos filhos e curtir a esposa. Às vezes fico pensando que gastamos tanta energia com bobagens, jogamos tanto tempo fora com coisas sem importância, sem mencionar a má qualidade com que fazemos nossas atividades cotidianas. Já dizia o maior poeta em língua portuguesa: “põem quanto és no mínimo que fazes” – Fernando Pessoa. De tudo que se deve dar importância fique com os afetos da família e o carinho dos amigos, e o resto..., bom

Causas e coisas

Reflexões Causas na justiça e coisas materiais me parecem que são a grande ênfase dos cultos da atualidade.   A convite. Fui ao culto em uma pequena igreja que estava começando em minha cidade. Quando cheguei me espantou o grande número de pessoas que lá estavam, pois a igreja só havia três meses que havia começado. Logo que o pastor começou o culto me ficou óbvio a razão do porquê de tanta gente. “Profetize que Deus irá abrir portas de emprego; que ele vai resolver pendências na justiça. Que nessa noite ele vai consertar casamentos e também aumentar seu salário”. E mais algumas coisas desse gênero. Fiquei horrorizado quando notei mais uma vez que o que eles buscavam era um deus utilitário. Assevero categoricamente que Deus deve ser buscado por quem ele é, e não por aquilo que ele pode dar ou fazer. Gosto de um artigo do Caio Fábio com o título – O homem que não precisava de nada, pois tinha tudo. Nesse texto ele fala da simplicidade do homem que foi seu pai, não que seu pai fosse

Paradoxalmente, Eu

Devaneios Simples, simples e simples. Minha busca constante, a simplicidade. Se inveja é pecado, sou pecador assumido, pois invejo pessoas que transmitem simplicidade através dos gestos, do olhar, do modo como se comporta diante da vida e suas circunstâncias. Se alguém me pergunta quem sou, logo respondo que sou quem procura, mas procura o quê? A vida simples que em algum momento perdi. Sei, contudo, que muitos não entenderam o que estou tentando dizer (às vezes nem eu entendo), talvez por eu ser alguém tão impreciso, tão inconstante, tão paradoxal. Aliás, acredito que a simplicidade que procuro é um paradoxo de “paralelas que se cruzam no infinito” dentro do obscuro ser que as pessoas insistem em chamar pelo meu nome. João Ferreira Leite Luz 

Um Deus mais humano

Cogitações apenas E se você estiver no caminho certo, mas na contramão? Millôr Fernandes Fiquei pensando, e, depois resolvi escrever: Penso que atitude mais “nobre” de Deus foi nos criar seres iguais a Ele na capacidade de sermos livres para fazer-mos escolhas. Pois quando Deus nos faz com a capacidade de decidirmos se vamos querê-lo ou não, Ele nos prova seu real amor, pois só quem ama de verdade está disposto a ouvir de criatura para Criador: “eu não te quero”. João Ferreira Leite Luz

Cristianismo, essencialmente vida

Reflexões “O cristianismo é uma pessoa, uma presença e um rosto: Jesus, que dá sentido e plenitude à vida do homem”. Karol Wojtyla (Papa João Paulo II): S e o cristianismo lida necessariamente com vida, então ele labora em primeiro lugar com questões fundamentais a própria vida do ser humano. Então nesse sentido, Jesus sendo Deus, se fez homem e, veio morrer na cruz. Não para resolver questiúnculas, mas para dar significado a vida do homem. Uma das maiores crises, (se não a maior) que a humanidade enfrenta, inclusive muitos cristãos; sem dúvida é a crise de significado, crise existencial. Falta-nos a felicidade, falta-nos o encanto pela vida, encanto semelhante àquele que tínhamos quando éramos crianças. Agora, a pergunta que fica é a seguinte: onde está a vida abundante que Jesus prometeu? Assevero que em Jesus há vida plena, vida abundante, vida com significado. Mas a igreja moderna ao invés de lidar com a questão maior, está lamentavelmente se perdendo nos detalhes. Infelizment

Deus nos estranhos

Reflexões semi-roubadas A imago Dei (imagem de Deus) não foi totalmente destruída pelo pecado nos seres humanos, ainda é possível ver traços de Deus em pessoas comuns. Ao contrário do que nós pensamos, podemos ver Deus sendo manifesto através do gesto de pessoas que não pertencem necessariamente ao nosso círculo religioso. Muitas vezes as manifestações divinas vêm de onde menos esperamos, isso porque a imagem de Deus no ser humano o habilita a realizar coisas nobres e dignas. Tem que ser dito que o lugar de onde esperamos a maior demonstração de piedade, de solidariedade e de amor ao próximo. Infelizmente não estamos encontrando, pois, o cristianismo como se vê hoje na atualidade é uma instituição falida, por essa razão quando quisermos ver sinais do reino de Deus, não devemos olhar para igreja-instituição e sim para “igreja-pessoas”, porquanto, Deus tem se manifestado através de pessoas que não pertencem a uma determinada igreja, mas, na sua essência são verdadeiros cristãos. O text

No que estou me tornando?

Cogitações apenas “A oração em primeiro lugar, muda quem ora. Se você diz que está orando, mas não se sente transformado, então pare e repense o que está fazendo”. Josué Gonçalves P enso que à medida que caminhamos com Deus, deveríamos nos tornar pessoas diferentes, ou melhor, pessoas de um caráter excelente. Pessoas de uma bondade sem igual; pessoas de uma doçura singular, gente de outro calibre. Pessoas com uma nobreza digna de serem chamadas de cristãs, ou seja, parecidas com Cristo. A pergunta é: que tipo de pessoa estamos nos tornando à medida que caminhamos com Deus? Ou, que tipo de gente estamos nos transformamos à medida que vêm as lutas e as dificuldades? Ou ainda, que tipo de ser humano estamos nos tornamos quando recebemos poder? O que as infindáveis campanhas de prosperidade, têm gerado no caráter das pessoas? Uma vez que, as pessoas são julgadas perante Deus pelo

“Na vida tereis aflições”

Cogitações apenas No meio da entrevista o apresentador fez a pergunta: “Como você se sente perdendo precocemente uma netinha com apenas um ano e oito meses de idade, e como se não bastasse ainda tem que cuidar do pai e da mãe que estão idosos e doentes?”. Fiquei espantado com a convicção da resposta que ela deu: “Sinto que Deus me dá forças para continuar”. A história narrada acima é real, com pessoas comuns ao nosso dia a dia. A resposta que a mulher deu representa bem o que eu acredito. Que na caminhada Deus não nos oferece cuidados distintos dos que ele oferta aos demais, só por sermos cristãos. Deus na caminhada da vida nos oferece a mão quando caímos; oferta-nos o ombro quando precisamos de conforto, nos dá sua presença em todos os instantes. Não acredito que Deus cuide mais dos crentes e menos daqueles que não o são. Porque assim Deus estaria traindo um de seus atributos – Deus é justo, e se no exercício de sua justiça ele privilegia uns em detrimento de outros, nesse caso el