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Miseráveis à porta da misericórdia de Deus

Categoria – confissões “Jurei mentiras e sigo sozinho, assumo os pecados”. (Ney Matogrosso em Sangue Latino) Sou miserável, sem constrangimentos assumo minha condição de miserável pecador. Assumo os pecados - que são muitos -, e acredito no Senhor Deus dos desgraçados, aliás, penso que Jesus seja essencialmente o Deus dos falidos, dos fracassados, dos excluídos e marginalizados pela sociedade. Depois de muito tempo dependendo da minha própria justiça, depois dos incontáveis fracassos da minha alto piedade, estou aprendendo a ser dependente da graça divina. Em determinada ocasião Jesus disse que não veio para chamar os justos, e sim os pecadores ao arrependimento, e que quem precisa de médico são aqueles que estão doentes e não quem está são. (Evangelho de Marcos 2.17). Portanto, abandonei minha falsa ideologia de religioso todo certinho e me tornei um “desgraçado, digno de compaixão, cego e nu”, para de alguma maneira alcançar graça, misericórdia, colírios para meus olhos e roupa para

O estranho

Categoria – confissões Estávamos a caminho, contudo, de repente surpreendeu-me a ferocidade dos sentimentos que permeava minha alma. Percebi então a fugacidade de minha existência. Compreendi que caminhava todo tempo com um estranho, triste percepção, pois os dois que caminhavam era eu, conheci o outro eu, assumi meu lado estranho. Utopicamente nutrimos a noção de integridade plena, somos todos dois, muitas vezes três ou até mais vivendo dentro de nós. Acredito na assertiva de Dietrich Bonhoeffer: “Quem sou eu? Este ou aquele? Sou eu um hoje, e outro, amanhã? Sou ambos eu ao mesmo tempo?”. Luto para vencer a dualidade do meu próprio ser, só que nem sempre obtenho sucesso. Assim caminho, procurando ser o melhor dos que existe em mim. Que Deus me ajude! Kyrie eleison – Senhor, tende piedade João Ferreira Leite Luz

Procurando ...

(Categoria – minha história) Estou procurando saber quem sou, aliás, aos trinta e dois anos de idade ainda estou começando a arranhar o verniz da superfície desse mistério. Cada dia surpreende-me deparar comigo mesmo, e corro o sério risco de não descobrir muita coisa. Mas uma coisa eu posso afirmar com certeza - sou quem busca um sentido, um porto, ou nas palavras do grande gênio da língua portuguesa - Fernando Pessoa: “Ficamos, pois, cada um entregue a si próprio, na desolação de se sentir viver. Um barco parece ser um objeto cujo fim é navegar; mais seu fim não é navegar, senão chegar a um porto. Nós encontramo-nos navegando, sem a idéia do porto que deveríamos acolher. Reproduzimos assim, na espécie dolorosa, a fórmula aventureira dos argonaltas: navegar é preciso, viver não é preciso”. Portanto, prefiro ser "um caderno cheio de rabiscos mal corrigidos a uma suma acadêmica". Paradoxalmente sou assim, cheios de ambiguidades, sempre buscando um porto para ancorar um sentid

Estranhamente humano

(Categoria – devaneios) Almejo uma teologia Que me torne mais íntimo de Deus, e estando próximo de Deus quero me sentir menos divino, menos santo; menos ungido. Estranhamente quero me sentir mais humano, mais perto da humanidade. João Ferreira Leite Luz

Paradoxos

(Categoria – devaneios) A vida é sem dúvida um grande paradoxo. E talvez assim, nunca conseguimos nos encontrar. Talvez, estamos esperando um grande milagre, ou; Talvez, outro “big-bang”; Talvez, outro “tsunami”; Talvez, outro “Katrina”, Talvez, outra inundação em Santa Catarina; ou quem sabe outra catástrofe qualquer. Mas ainda, um talvez. Assumir nosso papel no Reino. Parar de gravitar ao redor dos próprios problemas. Nossa vida terá mais significado e será menos paradoxal quando nos rendermos ao Cristo e sua causa. E a causa de Cristo foi essencialmente cuidar da humanidade em seus sofrimentos. João Ferreira Leite Luz

Felicidade

(Categoria – confissões) Simplicidade, Já fui um cara simples. Simplicidade, felicidade. São duas irmãs que moram na mesma casa. Tento preencher meus vazios com coisas, atividades, novidades, trivialidades. Mas o que me falta mesmo, de fato, é a simplicidade. Simplicidade dos tempos antigos. Tempos em que a vida era menos complicada, menos abastada, menos fatigada. Tenho saudades, saudades do tempo que passou e não volta mais, do "tempo em que era feliz e não sabia". Do tempo de empolgação de criança, de esperança de criança, do brilho nos olhos de criança. De simplicidade de criança. Simplicidade, felicidade. São duas irmãs que moram na mesma casa. Hoje minha maior busca é de ser uma pessoa simples, porque assim talvez a felicidade venha morar comigo. João Ferreira Leite Luz

Pequenos detalhes

(Categoria – devaneios) Deus está na simplicidade do sorriso sapeca da criança; Deus está na leveza, agilidade e beleza do vôo do beija flor; Deus está no bailar colorido das borboletas; Deus está no vento que sopra no crepúsculo de uma tarde fria; Deus está na chuva que nos apanha no meio do caminho; Deus está na sinfonia dos pardais sobre as árvores a cada nova manhã; Deus está nos acordes da boa música; Deus está aqui, está aí, está em todos nós, e em todos os lugares. Só não percebe Deus quem está embriagado com o Deus das grades coisas. Obs: Esse "mala" de sorriso sapeca é o João Elias, meu filho do meio. João Ferreira Leite Luz

Simplicidade

(Categoria - devaneios) Tenha prazer nas coisas simples, pois jamais precisará de coisas grandiosas para sua satisfação. Aprenda a olhar agachado, pois assim perceberás o mundo descomplicado das crianças. Aprenda acolher os milagres miúdos, pois o cotidiano está repleto deles. João Ferreira Leite Luz

Meus novos amigos

(Categoria – minha história) Tenho encontrado novos amigos, e pasmem-se, mais meus novos amigos não vêm do círculo de relações religiosas. Ando me sentindo bem em meio aos poetas. No meio religioso as pessoas se tornam hábeis em se esconder atrás de sermões hipócritas, atrás de clichês e frases de efeito. Pura máscara, pois enquanto o coração rasga de dor, esboçam no rosto um sorriso amarelo de super-homem, fazendo pose de intocável. Escondendo assim o que vai à alma. Os poetas deixam à alma nua quando em versos falam de amor, de alegria, mas também não ocultam nem disfarçam quando falam da tristeza do próprio coração, simplesmente fazem análise no divã de seus leitores. Sinceridade, essa é a palavra. Os poetas (os de verdade) são sinceros e não temem se expor, pois sabem que todos os seres humanos são igualmente miseráveis e carecem a cada manhã de novas misericórdias. Não busco mais ser religioso, aliás, já abandonei essa busca já faz tempo, busco um coração de poeta. Pois intuo que

Duplamente órfão

(Categoria - minha história) Decidi republicar este texto. A razão é que estou tentanto fazer uma homenagem à memória do meu falecido pai no dia em que faz um ano do sua morte. D omingo dia 11 de maio de 2008, eu esperava dormir um pouco até mais tarde, lá pelas 7 horas da manhã a campainha tocou e eu relutei por atender, achei um insulto uma pessoa tocar a campainha da casa de alguém às 7 da manhã de um domingo frio de outono. No entanto como a pessoa insistiu, resolvi levantar e atender. Para minha total surpresa era minha irmã mais velha que estava no portão com a notícia do falecimento do meu pai. Neste dia eu estava me tornando duplamente órfão. Minha primeira orfandade foi quando meu pai se separou da minha mãe. Então passei a viver sem a presença daquele que eu julgava o melhor pai do mundo, todavia, cresci, e agora estou me tornando órfão pela segunda vez. Neste mesmo dia viajamos para a cidade de Marília, pois o sepultamento seria lá. Quando chegamos ao velório, e vi meu pa