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Uma mineira chamada Maria

(Categoria – Minha história) De repente todos olharam, era uma jovem senhora de pequena estatura, magra, olhos acinzentados e tristes. Tinha a aparência de que já não comia há vários dias, trazia consigo quatro pequenas crianças todas famintas. Vinham de Minas Gerais e estavam na estação de trem em S.Paulo, sem rumo certo, sem destino, sem dinheiro. Àquela pequena mulher trazia consigo apenas a dignidade e o desejo de criar seus filhos, e, que já cresciam sem a presença paterna. Maria, não a mãe de Jesus, mas com certeza uma grande santa, ou melhor, uma grande Heroína (com H maiúsculo). Maria Natalícia Leite, 70 anos de idade. Nascida na cidade de Montes Claros no estado de Minas Gerais. Na verdade são 70 anos de muitas lutas; muito sofrimento, muita necessidade e pouca alegria. Minha mãe a semelhança do sertanejo descrito por Euclides da Cunha, também é um forte. Criou seus oito filhos com muita dificuldade, muita luta. Nunca frequentou uma escola, ou como diz a letra da música dos T

Fico feliz em ser útil

(Categoria – preciosidades) A frase célebre do filme O Homem Bicentenário dita diversas vezes pelo robô Andrew interpretado por Robin Williams: “isso fica feliz em ser útil” traduz bem o que tenho procurado tentar fazer da fugacidade da vida. Junípero foi um frei pertencente à ordem dos frades menores, companheiro de S.Francisco de Assis. Junípero costumava dizer o seguinte: “As coisas materiais só valem em função do bem que se fizer ao próximo”. Quero o espírito dessa frase para minha vida, ou em outras palavras, a vida só vale a pena ser vivida se de alguma maneira formos úteis. Sempre me perguntei da utilidade do que venho escrevendo, e ultimamente venho recebendo ressonâncias aos meus textos. Nunca imaginei que aquilo que escrevo um dia seria abordado em uma sala de aula de uma faculdade. Gostaria de transcrever aqui um e-mail que recebi. Decidi dar um nome fictício ao autor do e-mail, para preservar sua identidade. Passemos ao e-mail: Olá, Me chamo Henrique, estou no 5º período do

Minha nova paixão

(Categoria – minha história) Aprendi a tomar gosto pela literatura depois que me converti ao cristianismo. Tempos mais tarde isso me gerou um imenso problema, pois visto que eu tinha vocação ministerial me embrenhei na leitura de tratados teológicos, teologias sistemáticas, enciclopédias, comentários bíblicos, livros e mais livros relacionados à religião. De repente me vi com a alma árida, seco, hermético e fundamentalista. Hoje recupero a singeleza de alma, pois tenho uma nova paixão pela literatura. Tenho uma crescente admiração por poesias, não só dos grandes poetas da antiguidade como também de poetas contemporâneos, inclusive adicionei em meu Blog link para sites de poesias. Também me tenho deliciado com os romances, sem dizer que descobri beleza e riqueza nos contos e nas lendas. Mas, minha mais recente e empolgante aventura vem dos livros infanto-juvenis. Já que uma vez por semana leio para meus filhos. Tenho descoberto um mundo fantástico nas histórias para crianças. Portanto,

Apenas mais um peregrino

(Categoria – Reflexões) O todo da vida, ou ainda, o quadro maior da vida é composto de peregrinações. O tempo de vida ou de existência é composto por pequenas frações do tempo a que chamamos de momento, esse pequeníssimo e indeterminado espaço do tempo quando somado, temos o que chamamos em linguagem metafórica de tempo de peregrinação. Uma vez que segundo o Novo Dicionário Aurélio peregrinar é:- “viajar ou andar por terras distantes”. Então entendemos que na vida, ainda não chegamos, estamos sempre a caminho. Enquanto não chegamos precisamos entender que a vida é cheia de pequenos momentos e precisamos viver um momento de cada vez, para não chegar ao fim da caminhada correndo o risco de não ter vivido o suficiente. Vejamos um trecho do poema instantes, atribuído a Jorge Luiz Borges (escritor argentino): Se eu pudesse viver novamente minha vida, na próxima trataria de cometer mais erros. Não tentaria ser tão perfeito, relaxaria mais. Seria mais tolo ainda do que tenho sido, na verdade

O belo e o feio

(Categoria – Reflexões) “Todos temos duas personalidades: a verdadeira e a social, que nem sempre rimam uma com a outra”. Josué Montello - Escritor “Eu sou uma pergunta para mim mesmo, um enigma exasperador... essa estranha dualidade de pó e gloria”. Richard Holloway – Bispo católico “O coração humano tem tantos recônditos da vaidade, tantos esconderijos do engano, é tão encoberto de fraude e hipocrisia que frequentemente engana a si mesmo”. João Calvino – Reformador francês “Tenho demônios interiores contra os quais estou lutando”. Mike Tyson – Pugilista americano “O mal que o homem encontra mais amiúde em sua vida é o mal que vive dentro dele”. Aleksander Mien – Sacerdote ortodoxo russo “Há em todos nós traços de inteligência, criatividade e compaixão entrelaçados com traços de fraude egoísmo e crueldade”. Philip Yancey – Escritor e jornalista americano “Quem sou eu? Este ou aquele? Sou eu um, hoje, e outro, amanhã? Sou eu ambos ao mesmo tempo?”. Dietrich Bonhoeffer – Pastor e teólog

A gente acaba aprendendo

(Categoria – Minha história) Existem coisas que não aprendemos nos bancos escolares, aliás, muita coisa não se aprende através de método didático nenhum. Nem ao menos através dos conselhos paternos. Têm coisas que a gente acaba por aprender através do tempo, nos encontros e desencontros da vida. A gente acaba aprendendo, que muitos amigos só se interessam por nós quando temos alguma coisa para oferecer, quando cessa a nossa fonte, nos tornamos descartáveis como copo plástico de bebedouro. Amigo verdadeiro nesses dias é artigo de luxo, coisa rara. Estamos numa espécie de extinção de bons amigos, sabem aqueles, que são “amigos de fé e irmão camarada”. A gente acaba aprendendo, que relacionamento dentro do mundo eclesiástico-ministerial é como ninho de cobra; um querendo ser maior que o outro. Uma corrida “imbecializante” por títulos, cargos, posições. Nesse mundinho você só vale quando seu ministério “acontece”, quando sua pregação é popular, ou se você tiver uma espécie de unção especia

Dona Tristeza

(Categoria – Reflexões) Dona tristeza é uma jovem senhora com aparência envelhecida. Testa franzida, boca murcha, olheiras, e, um olhar vazio de quem mira o horizonte sem ver nada. Essa aparência exterior indica uma tristeza interior não resolvida. Dona tristeza não é uma pessoa feminina ou masculina, é algo dentro de nós que nos incomoda e reflete por fora. Será que dentro de cada um de nós não existe uma “dona tristeza” mal resolvida. Se a resposta for positiva, o que fazer então com essa tristeza que nos consome e nos rouba o sentido da vida? Em minha opinião devemos trocar a “dona tristeza” pelo Espírito Santo, pois ele é o único que pode nos ensinar caminhos que nos levem a felicidade. Pois, felicidade é uma trilha, uma caminhada que só faz sentido quando o próprio Deus nos ensina valores, que uma vez incorporado no nosso estilo de vida nos proporciona uma vida menos triste. Que Deus nos ajude Abyssus abyssum invocat – o abismo chama outro abismo João Ferreira Leite Luz

"Projeto Inquietações e Reflexões"

(Categoria - Reflexões) [Reflexão do lat, reflexione, ‘ação de voltar para atrás’]. Em que momento surge o projeto reflexões: O projeto reflexões, surge nesse momento tão ambíguo que vivemos. Eu diria que esse tempo da história chamado de pós-modernidade é ímpar. Vivemos uma igreja marcada pela época, em que o capitalismo é quem dita as regras de como se deve fazer teologia. Os modismos também têm influenciado fortemente nossa maneira de interpretar as Escrituras, hoje estamos buscando o meio que dê mais certo, sem, contudo, questionar sua legitimidade. Infelizmente o culto da maioria das igrejas contemporâneas é antropocêntrico, [De antrop (o)-+-centr (o)-+- ico] (Adjetivo. Que considera o homem como o centro), ou seja, todos os esforços são gastos para agradar o ser humano, desde o título das campanhas até as orações feitas do púlpito. Precisamos voltar ao culto teocêntrico, [De te (o)-+-centr (o)-+-ico.] (Que tem Deus como centro de todas as coisas). O nosso objetivo maior no culto

Pedofilia, o crime é contra nossos filhos

(Categoria – Informação) N ão podemos nos calar diante de tamanho agravante, o direito à infância de nossos filhos está sendo roubado. Cabem a nós os pais orientar os filhos criando um ambiente de amizade e diálogo para que eles não se fechem em seus segredos. Precisamos denunciar, pois é a dignidade de crianças que está em jogo, e as marcas de um abuso sexual na infância vai gerar sequelas por toda a vida. Não devemos olhar a situação com passividade como se fosse coisa normal da pós-modernidade, ou como se nunca fosse acontecer conosco, lembre-se muitas vezes o inimigo mora dentro da própria casa. Precisamos sim cobrar atitudes das autoridades, mas antes devemos começar a conscientização dentro de casa, devemos abraçar essa luta, pois, não é porque não é o meu filho que foi a vítima que eu não devo me envolver. Portanto, oriente seus filhos, denuncie esses monstros que aliciam crianças para o comércio pedófilo. Vamos somar forças para vencermos essa batalha, pelo bem das nossas crian

Deus não se restringe as fronteiras da religião

(Categoria – Estudos) Gênesis, 20 C omo é fácil cair na ilusão de que é possível tentar colocar Deus em bitolas que nós criamos. Tentamos restringir Deus as fronteiras do nosso raciocínio, molda-lo ao nosso método. Muitos de nós lutamos para fazer com que Deus caiba dentro de nossas molduras teológicas. Entretanto, Deus vai além das fronteiras, quebra todos os paradigmas, pois é impossível engarrafa-lo. Estamos vivendo um período muito curioso da história, pois vivemos na pós-modernidade e possuímos uma teologia engessada da idade média, e os fundamentalistas lutam com todas as forças para sustentá-la assim, inflexível, incomunicável com a cultura da nossa contemporaneidade. Urge deixarmos uma teologia engessada para dialogarmos com os pensadores de nossa época. Precisamos de uma teologia que pense a fé dentro do contexto contemporâneo, que leia a realidade de nossos dias. O texto de Gênesis 20 é mais um daqueles em que Deus quebra todos os padrões que estabelecemos para que ele traba