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Mostrando postagens com o rótulo Cogitações apenas

Consummatum est

 "Consummatum est". As palavras ditas por Jesus na cruz pouco tempo antes da sua morte. Hoje nesse dia icônico, sexta-feira santa, da paixão, o Cristo bradou que estava finalizado seu maior propósito entre nós. Agora a graça absurda que se entregou antes da fundação do mundo é visível a todos os homens em uma cruz.

Livrai-nos do mal

 Quando Jesus ensinou a oração Ele disse : "e nos livre do mal". Apressadamente imaginamos quanto mal os outros podem nos fazer, ou já de cara pedimos um livramento de algum perigo eminente, ou pedimos proteção, ou ainda, pedimos pra fechar nosso corpo, livrar do mal olhado, da inveja e etcetera. Entretanto, nos esquecemos de uma outra possível leitura, de que o maior mal que ele pode nos livrar vem do nosso próprio coração.

Os lavradores maus

 "Mas os lavradores disseram uns aos outros: ‘Este é o herdeiro. Venham, vamos matá-lo, e a herança será nossa’". (Evangelho de Marcos 12:7). Sabidamente sabemos que Jesus estava falando dos judeus que não o aceitaria como Rei, Senhor e Deus. Pergunta óbvia; a igreja está aceitando?  Ou segue o mesmo caminho crucificando o filho pra ficar com uma pretensa herança efêmera? Tá bom, paremos de falar do coletivo e estreitemos um pouco mais; você que me lê, está aceitando? Ou está só interessado na herança-bençãos. Não me responda, pois, Ele mesmo disse "pelo seus frutos os conhecereis". A resposta, portanto, não é verbal e sim uma maneira de se viver, uma filosofia de vida, um modus vivendi. Seu jeito de viver é a resposta...

O evangelho que cresce

 Curiosamente o evangelho cresce somente para dentro de nós. Contudo, seus desdobramentos nunca acontecem na abstração e sim no encontro com o outro. Em outras palavras, cresce para dentro da interioridade e se manifesta no trato com as pessoas do lado de fora. Pergunta básica; você já foi gentil com alguém hoje?  Ou está se escondendo atrás da máscara da sua religião?

O Gadareno pregador

 Certo homem que estava sendo habitado por vários demônios, na conversa diz ser uma legião. Tem um encontro com o carpinteiro de Nazaré, encontro esse libertador.  O homem livre dos seus males instantaneamente saí anunciando o evangelho do Reino sem nem ao menos ter sido autenticado pela religião como pregador. Isso acontece pelo simples fato de que o evangelho cresce para dentro de nós, e, crescendo em tal e qual medida que transborda e começa a vazar para todos os lados.  O evangelho puro e simples da graça absurda não necessita da chancela da religião para ser anunciado. O Gadareno que o diga...

Como controlar o futuro...

 " E o futuro é uma astronave que tentamos pilotar", já cantava Toquinho quando eu era ainda uma criança.  Quem nunca teve a tentação de saber o futuro?  E mais, de controlar aquilo que ainda nem aconteceu?  O nazareno, carpinteiro por profissão, Deus feito homem entre nós numa de suas conversas adverte que a preocupação excessiva com o dia de amanhã (futuro) pode gerar uma ansiedade que nos destrói aos poucos. Na percepção Dele; "basta cada dia o seu mal". Portanto, o início do caminho é entender que "o pão nosso é de cada dia".

Se os teus olhos vêem...

 "Neste mundo a beleza é comum" assegurou Borges.  E como é que nossos olhos vêem essa beleza? Sim, é verdade que estou falando de outro modo de ver, aquele mesmo afirmando pelo carpinteiro de Nazaré;  "Se os seus olhos forem bons, todo o seu corpo será cheio de luz. Mas se os seus olhos forem maus, todo o seu corpo será cheio de trevas". Portanto, não aquilo que vemos apenas, mas como vemos e importamos (trazemos para dentro) da alma é o que define nossa luz ou trevas no dia a dia. Olhos estes claramente não apenas que enxergam o basicamente visível, mas que notam a beleza oculta - revelada em tudo e em todos.

"Verdade no íntimo"

 É só a partir do conhecimento de quem eu sou na minha interioridade é que tenho a possibilidade de trabalhar minhas questões mais profundas.  Será que foi por isso que Deus disse "Abraão daí-me seu único filho?". Também Jesus quando nos convida a ser seus discípulos nos diz "negue a si mesmo". Querendo dizer que na negação do "si mesmo" ser  superficial, que é só uma casca , temos a possibilidade do eu verdadeiro vir a tona.  Não por acaso Davi, rei e salmista disse; "sei que procuras a verdade no íntimo".

Isaías 43

 "Quando você atravessar as águas, eu estarei com você; e, quando você atravessar os rios, eles não o encobrirão. Quando você andar através do fogo, você não se queimará; as chamas não o deixarão em brasas". ( Livro do profeta Isaías 43:2).  O Pai nunca disse que nos daria uma carta de alforria dos problemas. Jamais prometeu uma  blindagem contra dores e muito menos  nos isentar de dificuldades. Entretanto, assegurou com todas as letras que estaria conosco e jamais nos deixaria.

Seria chamado Nazareno

 Seria chamado de Nazareno. Jesus ainda criança recém saído do Egito vai morar em uma aldeia chamada Nazaré. Porquê? Nazaré, cidadezinha insignificante, permeada por gente pobre-insignificante e sem expressividade nenhuma. Desse lugar vem o salvador também pobre. Os judeus esperavam um messias super ungido, todo poderoso que se tornasse um grande rei-politico e por fim desbancasse o poder romano. Só que vem de Nazaré um Nazareno querendo se identificar com aquilo que importa; gente pobre e insignificante.

Com o coração rasgado de dor

 Com o coração  rasgado pela dor já  há muito tempo, sem expectativas, sem esperanças, sem condições de crer. Um pai desesperado ouve a afirmação de que "tudo é possível ao que crê". Sem condições para tal só lhe sobra a bondade da graça absurda. Proferida então as palavras em meio a lágrimas; "ajuda me na minha incredulidade para que eu creia". Na impossibilidade do crer; quer crer contra a dor, contra a desesperança adiada. Nessa hora a graça absurda esmaga então as trevas que oprime seu filho.

Nas garras da graça

 Não raras vezes somos agarrados por forças maiores-inexplicáveis-favoráveis que nos tiram das ruínas, dos becos sem saídas que nos metemos. Somos puxados à força pela graça absurda-amorosa de um Pai cuidadoso. Ló quem o diga; "tendo ele hesitado, os homens o agarraram pela mão, como também a mulher e as duas filhas, e os tiraram dali à força e os deixaram fora da cidade, porque o Senhor teve misericórdia deles" Gn 19,16 ( destruição de Sodoma e Gomorra).

Eu quero ver

 Foi fazendo só o que poderia fazer um cego sentado a beira do caminho, mendigo, excluído pela sociedade pedindo esmolas que lhe ocorre fazer um outro pedido. Que eu veja, disse ele a Jesus. No que ganha como resposta; vê. A pergunta que fica e incisiva. Eu enxergo o que deveria ver? Você enxerga? 

Abra meus olhos para que eu veja

 A fonte de águas sempre esteve lá. Era Hagar cegada pelo cansaço-sofrimento-angustia quem não a via. O texto diz: "Então Deus lhe abriu os olhos, e ela viu uma fonte. Foi até lá, encheu de água a vasilha e deu de beber ao menino"( Gn 21.19). É impressionante como as frustrações-angustias-decepções da vida podem nos tornar insensíveis e até cegos. Tenhamos fé, pois, a Fonte d'água sempre estará alí, basta olhar e ver.

Nova manhã, nova misericórdia

 Um dia novinho em folha é o que recebo todas as manhãs ao me levantar, ganho de presente uma nova chance depois das incontáveis idiotices cometidas. Então percebo que começa a fazer todo o sentido do mundo as palavras do profeta da antiguidade; "as suas misericórdias não têm fim, novas são cada manhã". Assim sigo de fé em fé, de misericórdia em misericórdia, e, de graça em graça.

Sem verde, sem vida

 É muito pertinente o fato de que na ordem da criação o Pai tenha feito a natureza antes do homem. Por motivo muito óbvio, o ser humano não vive sem ela. Contudo, somos seres de uma burrice absurda, já que, estamos a passos largos destruindo o que nos preserva a vida. Equação simples, destruir a natureza equivale a extinção da humanidade.

O próximo

 Um perito na lei da religião pergunta para Jesus: "quem é o meu próximo?" (Para que eu possa ajuda-lo?). Jesus diz um não amado, não querido, marginalizado, esquecido e semi morto jogado pelo caminho recebeu ajuda de quem não se esperava. A conclusão proposta pelo carpinteiro de Nazaré foi; "vai e age de igual modo".

"Eu posso..."

 Os leprosos nos tempos da antiguidade eram excluídos não apenas do templo religioso, mas como também de todas as atividades na sociedade. Tinham mesmo que ficar isolados, excluídos-marginalizados-abandonados a própria sorte. Um desses pobres e infelizes perguntou para Jesus: "se quiseres podes me purificar?". Recebeu como resposta; "posso". Posso te limpar, posso te devolver a dignidade, posso te reintegrar a sociedade. Posso, foi a resposta...