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Mostrando postagens com o rótulo confissões

A maior cagada..

Joguei fora o que tinha maior valor... Dano irreparável. Faz-se na vida muitas besteiras, entretanto, fiz a maior. Só me resta plagiar o mestre "cometi o maior pecado que um homem possa cometer; não fui feliz"

Olhos de infância triste

(confissões) A reação foi inevitavelmente tempestuosa, de seus olhos pequenos e tristes destilavam o amargo guardado já havia muito tempo. Tornara-se o monstro que sempre evitou ser, embora soubesse de sua existência dentro de si. A mesa em que se apoia para anotar essas parcas palavras traz consigo parte de sua história primeira, ou de sua primeira infância . Infância em que já se apontava para a sina de seus olhos tristes de mira perdida no nada, vaga no horizonte e às vezes mirando o chão. Mesa rústica; a madeira era peroba rosa, restos de sua antiga casa, casa demolida, casa da infância. Ele próprio construiu a mesa. Agora apoiado sobre ela escreve versos simples e tristes e melancólicos.  Na tal mesa há detalhes que lhe faz varrer os porões empoeirados da memória. Lá ele encontra lembranças da infância perdida. No pé da mesa não quis retirar os pregos com os quais se afixavam as dobradiças em que funcionou um dia uma porta. No tampo em que está apoiado enquanto esc

O muro

(confissões) Tento desesperadamente olhar por cima. Por cima de um muro Um muro de impossibilidades e de possibilidades Muro invisível que ofusca minha visão “Um menino caminha, e caminhando chega num muro”

De repente...

(confissões) De repente, e, não mais do que de repente Fui tomado de assalto por uma necessidade Abrupta de viver; Andar descalço pelos prados verdejantes; Correr pelas campinas sem rumo, sem destino; Nadar os rios que nadei na infância; Escalar os montes, e olhar para além deles, e, Ver nada mais que a linha do horizonte. Queria pedalar minha bicicleta por uma rua qualquer. Nesse átimo do tempo, olhei para o lado O despertador me convidava a voltar Voltar para o mundo de concreto; areia, pedra e cimento Mundo de cimento acinzentado. Levantei ainda trôpego de sono O dever me chama. 

O inferno silencioso

(Confissões) O inferno silencioso é aquele que você não apenas sofre calado, não obstante, sua dor não pode ser dividida com ninguém. Criei improvavelmente meu próprio inferno. Possuo inclusive meus próprios fantasmas, advirto, não são imaginários, apesar de agirem na mente. Fiz-me meu próprio algoz. Um verdugo me açoita dia e noite e, onde ele coloca as mãos ficam minhas digitais, assina meu nome. Aprecio o silêncio, entretanto, às vezes grito Grito sem voz, grito abafado, sem decibel. É inútil, não sou ouvido. Meu grito silencioso passa despercebido Despercebido pelos demais continuo Meu inferno silente 

Hoje o sol não apareceu

João Ferreira Leite Luz (Confissões) Uma boa taça de vinho, ou duas talvez. Meia dúzia de palavras sem muito sentido escrita sobre a página em branco. Alguns pensamentos desnorteados um solilóquio apenas, depois lágrimas, e, não sei mais o que fazer. Não tem mais nada a ser escrito. “Olha meu amor hoje o sol não apareceu”. Desculpe-me!

Escondendo-me de mim mesmo

 Confissões H oje, aos 33 anos tornei-me mestre em esconder. Aliás, sempre me escondi, desde cedo aprendi a ocultar os atos que julgava indigno. Quando criança me escondia quando fazia “arte” com medo de apanhar de minha mãe. Depois na adolescência experimentei cigarro escondido, bebi cerveja escondido, falei palavrão escondido, fiz sexo escondido.  Curioso, como agora na vida adulta continuo me escondendo. Escondo-me dos problemas, das pessoas, de Deus, e, pior de mim mesmo. Fiz-me tão hábil na arte do esconderijo que não raras vezes procuro-me e não acho. De quando em vez ouço a voz divina passeando pelo jardim e me perguntando “Adão onde está você?”. João Ferreira Leite Luz

À procura de inspiração

Categoria – confissões De quando em vez, me dá uma vontade louca de escrever, de me expressar através da arte escrita, de colocar os muitos sentimentos ambíguos no papel. Entretanto, me faltam às palavras, não consigo traduzir os pensamentos em linhas racionais e inteligíveis, e sofro com a falta de inspiração. Admito que mesmo com muita inspiração meus textos sejam sofríveis, ainda mais agora quando padeço com a falta de criatividade, quando passo por períodos áridos. Este texto é mais um daqueles que começo, mas não termino, ou, termino com brevidade nas ideias e nas palavras. Gostaria de escrever com a inspiração de tempos passados. Que Deus me ajude! João Ferreira Leite Luz

Confissões de um triste

Categoria – confissões “Se queres ser feliz amanhã, tenta hoje mesmo”. Liang Tzu Dizem que a felicidade é um estado de espírito, consequentemente a tristeza também é um estado de espírito. Então nesse sentido, a somatória dos momentos bons ou ruins é quem define nosso estado de felicidade ou tristeza. Ultimamente tenho sido um triste. De repente percebi o tamanho da minha insignificância e fragilidade. Infelizmente a assertiva de Ésquilo estava correta: “Triste sorte do ser humano; sua felicidade assemelha-se a um leve esboço; chega à infelicidade, passa a borracha e o desenho se desfaz”. Que Deus tenha piedade! João Ferreira Leite Luz

Miseráveis à porta da misericórdia de Deus

Categoria – confissões “Jurei mentiras e sigo sozinho, assumo os pecados”. (Ney Matogrosso em Sangue Latino) Sou miserável, sem constrangimentos assumo minha condição de miserável pecador. Assumo os pecados - que são muitos -, e acredito no Senhor Deus dos desgraçados, aliás, penso que Jesus seja essencialmente o Deus dos falidos, dos fracassados, dos excluídos e marginalizados pela sociedade. Depois de muito tempo dependendo da minha própria justiça, depois dos incontáveis fracassos da minha alto piedade, estou aprendendo a ser dependente da graça divina. Em determinada ocasião Jesus disse que não veio para chamar os justos, e sim os pecadores ao arrependimento, e que quem precisa de médico são aqueles que estão doentes e não quem está são. (Evangelho de Marcos 2.17). Portanto, abandonei minha falsa ideologia de religioso todo certinho e me tornei um “desgraçado, digno de compaixão, cego e nu”, para de alguma maneira alcançar graça, misericórdia, colírios para meus olhos e roupa para

O estranho

Categoria – confissões Estávamos a caminho, contudo, de repente surpreendeu-me a ferocidade dos sentimentos que permeava minha alma. Percebi então a fugacidade de minha existência. Compreendi que caminhava todo tempo com um estranho, triste percepção, pois os dois que caminhavam era eu, conheci o outro eu, assumi meu lado estranho. Utopicamente nutrimos a noção de integridade plena, somos todos dois, muitas vezes três ou até mais vivendo dentro de nós. Acredito na assertiva de Dietrich Bonhoeffer: “Quem sou eu? Este ou aquele? Sou eu um hoje, e outro, amanhã? Sou ambos eu ao mesmo tempo?”. Luto para vencer a dualidade do meu próprio ser, só que nem sempre obtenho sucesso. Assim caminho, procurando ser o melhor dos que existe em mim. Que Deus me ajude! Kyrie eleison – Senhor, tende piedade João Ferreira Leite Luz

Felicidade

(Categoria – confissões) Simplicidade, Já fui um cara simples. Simplicidade, felicidade. São duas irmãs que moram na mesma casa. Tento preencher meus vazios com coisas, atividades, novidades, trivialidades. Mas o que me falta mesmo, de fato, é a simplicidade. Simplicidade dos tempos antigos. Tempos em que a vida era menos complicada, menos abastada, menos fatigada. Tenho saudades, saudades do tempo que passou e não volta mais, do "tempo em que era feliz e não sabia". Do tempo de empolgação de criança, de esperança de criança, do brilho nos olhos de criança. De simplicidade de criança. Simplicidade, felicidade. São duas irmãs que moram na mesma casa. Hoje minha maior busca é de ser uma pessoa simples, porque assim talvez a felicidade venha morar comigo. João Ferreira Leite Luz