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Mostrando postagens com o rótulo Paranóicas

Dádivas...

João Ferreira Leite Luz ( paranóicas ) Uma dádiva se ganha. Entretanto, às vezes se busca e se procura incessantemente por ela, e, ganhamos por fim o que queríamos. Agora, nem sempre o que queríamos pode ser considerado como legítimo, mas pode vir a ser? O que legitima uma ação? É uma pergunta no mínimo incisiva. Tudo estava lá no presente, até um presente. Também o passado e possivelmente o futuro. Estavam lá o amor e o ódio e a indiferença também apareceu por lá. Um pecado desejado e conspirado. Um pecado puro e inocente e também culpado – paradoxos da vida real nua e crua como ela é. Dizem que o pecado é uma loira que mora na outra ponta da nossa rua, mas não sei não. Intuo que o pecado mora mesmo dentro de cada um de nós enjaulado, e que às vezes escapa. O que legitima uma ação são as motivações, as razões e os porquês e não a atitude em si. Então aquela dádiva foi legítima, mesmo não sendo legitimada? Ainda não sei. Só sei que é uma dádiva

A terceira vez...

  João Ferreira Leite Luz (Paranóicas) Da terceira vez que ressuscitei recuperei um pouco do jeito de sorrir que eu tinha. Algumas horas depois, entretanto morri. Mataram – me e repeti a frase já gasta devido o muito uso “Da primeira vez em que me assassinaram perdi um jeito de sorrir que eu tinha. Depois, de cada vez que me mataram, foram levando qualquer coisa minha...”.   E hoje, dos defuntos que sobrei, sobrei menor e indefeso. Agora apenas uma réstia de esperança miúda me toca. Um toco de vela quase apagado que insiste em arder.

Lágrimas e suor

João Ferreira Leite Luz (Declarações de amor/ paranóicas) I ngenuidade? Não. Com certeza tudo estava minimamente calculado. Um crime premeditado, bem orquestrado, ou não? Será mera coincidência e golpe e capricho do destino. Não consigo responder com precisão. Tudo que me lembro é tão vago e tão profundo que até me confundo. A simples lembrança me faz perder a linha e o carretel e também a pipa. Perco o sentido, a razão. Sobra-me apenas a emoção e a saudade do momento que fui feliz e sabia. Um beijo sincero e desejado. Um olhar profundo e ao mesmo tempo meio vago e perdido no horizonte. Um abraço. Silêncio, Mais um beijo desejado e sincero. (Pausa – molho as palavras com uma boa taça de Cabernet-Merlot, e volto a escrever). Então as palavras se tornaram desnecessárias e fúteis. Pouco tempo depois as mesmas palavras se tornam necessárias e úteis. Nesse ponto muitas palavras são ditas e ouvidas. Depois silêncio novamente. Meu suor se apega ao seu suor. Êxtas

Caminhando...

João Ferreira Leite Luz (Paranóicas) “Caminhando contra o vento sem lei e sem documento” já cantava o poeta na marcha contra a tirania insana. E agora cantamos o que contra a insana tirania? Caminhando contra o tempo, sem vento com muitas leis e alguns documentos que nada valem. Caminhando com documento, mas que a lei não legitima. Caminhando com a lei e vento soprando a favor, mas a lei é podre e o vento é soprado pela mediocridade.

A beira da loucura

João Ferreira Leite Luz (Paranóicas – 31/07/2012) Eu estive lá. Estivemos todos nós lá? Ou apenas eu e ela e Ele? Não sei. Contudo sei que estive lá. Mas lá? Aonde? Horas bolas! No infinito onde as paralelas se cruzam, espere, ou elas se cruzam em Belém do Pará. Sei lá! Apenas se cruzam. Lá se cruzam os pensamentos mais profundos. Os sentimentos mais verdadeiros também se cruzam lá. Lá, ainda se cruzaram nossas vidas. Lá também se cruzaram os pensamentos mais rasos, e, os sentimentos mais falsos se cruzaram lá. Mas, ainda sim, lá se cruzaram nossas vidas. No infinito onde as paralelas se cruzam. Bem ali, pertinho na outra esquina da vida

Um momento mágico e louco

João Ferreira leite Luz (Paranóicas - 30/07/2012) One moment in the time , o início talvez. Talvez o fim. Um paradoxo que chama outro paradoxo no mesmo sentido do “um abismo chama outro abismo”. Contudo, entretanto, e, todavia, não deixa de ser um momento no tempo, aliás, no tempo de vida, e, que pena que o tempus fugiti , ou tempo fugidio ou simplesmente tempo que foge - e porque ele foge quando deveria ser paralisado? Não sei, aliás, “só sei que nada sei”. Talvez ainda o fim do começo, ou ainda o fim do que nunca houve, senão num canto escuro da mente que insistimos em chamar de coração. Ainda sim um momento memorável que deveria ser congelado, ou que sabe já foi congelado e guardado a sete chaves no outro canto escuro da mente do lado esquerdo do peito. Agora, inegavelmente um momento único e belo e revestido de singularidade. Talvez nunca mais exista outro, ou quem sabe? Muitos outros iguais existirão? Na verdade talvez este nunca tenha existido senão naquele escuro imo