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Um herói pífio

João Ferreira leite Luz (Contos) “Hay hombres que luchan um dia y son buenos. Hay otros que luchan un año y son mejores. Hay quienes que luchan muchos años y son mui buenos. Pero hay los que luchan toda la vida, Esses son los i mprescindibiles . ”   (Bertolt Brecht) A espada já há muito estava apegada à mão. O valente havia lutado diversas batalhas ao longo de sua vida quixotesca. Num momento um misto de cansaço e desanimo e falta de fé faz com que o herói repouse sua espada já cansada sobre o chão. De repente, e por um instante achou que sua espada estava mais pesada que de costume, talvez a armadura não lhe caísse tão bem como quando ele era ainda jovem. Entretanto, falta-lhe uma batalha, talvez a última antes do grande prêmio. A última grande prova e, talvez, o maior teste de sua vida fugaz. Finalmente chegada era à hora de provar-se idôneo e valente e valoroso. Ele sente-se forte e capaz de vencê-la e por nenhum instante imaginou perder para algo que julgava de

O beija-flor

João Ferreira leite Luz (Contos) Conheci há muito, muito tempo atrás um homem e sua história - Antônio e o beija-flor. Devido às muitas decepções Antônio já não acreditava mais na felicidade, coisa, aliás, que conhecia muito pouco. Toninho como era chamado, foi um homem que viveu de cabeça baixa, sempre meio casmurro – calado e metido consigo. Seus olhos invariavelmente mirando o chão. O curioso na vida desse homem é que ele acreditava firmemente que o beija-flor era uma espécie de pássaro mágico ou celestial dotado de felicidade, sempre admirou seu bailar leve e ágil e elegante. Antônio tentou, tentou de novo e tentou uma outra vez, mas parece que a vida sempre lhe reservava a má sorte. Entretanto, um dia o beija-flor veio pousar em seu ombro, e um sorriso de canto de boca começou a surgir em seus lábios.

Eles não estavam lá...

João Ferreira Leite Luz (contos) “Da primeira vez em que me assassinaram perdi um jeito de sorrir que eu tinha. Depois, de cada vez que me mataram, foram levando qualquer coisa minha...” (Mario Quintana) Ludogero, apesar de possuir um nome meio... , digo, muito esquisito. Também era homem de poucas palavras, quieto por natureza – casmurro, no mesmo sentido de Dom Casmurro em Machado de Assis: “homem calado e metido consigo”. Entretanto, era homem regido por valores íntegros. Não obstante ser tosco e semi-analfabeto, era presenteado por uma inteligência intuitiva sem igual, que somado a sua disciplina e autodidatismo lhe proporcionou amplo conhecimento. Dona Leodegária, a distinta esposa de Ludogero, que tinha o nome tão, ou mais esdrúxulo que do seu dote. Esta por sua vez era “flor de distinção e nobreza na heráldica da cidade”. Mulher fértil. Pariu cinco filhos, trazidos ao mundo à moda antiga pelo parto normal por mão de hábeis parteiras. Para felicidade e honra de seu marido qua